A gravidez é um momento de total entrega, de comprometimento e acima de tudo muita responsabilidade. Durante os 9 meses gestacionais é preciso redobrar cuidados com alimentação, medicamentos utilizados, esforço físico e até mesmo habitualmente frequentados.
Claro que gravidez não é doença e não é preciso abrir mão de tudo que fazia antes de engravidar, mas serão necessárias algumas escolhas e certos cuidados se deseja que seu bebê se desenvolva bem e saudável. Para as adeptas à noitadas regadas a bebidas e até algumas drogas “recreativas” para dar uma agitada na noite é bom ter ciência das consequências e dos efeitos das drogas na gravidez. O que pode parecer um simples divertimento de momento pode trazer danos e prejuízos por toda vida.
A pandemia de coronavírus ainda está presente na sociedade e, apesar de algumas regras de precaução estarem sendo flexibilizadas, o momento ainda exige parcimônia e cuidados redobrados com novas e antigas variantes ainda circulantes em nosso meio. Também temos a aproximação das festas de final de ano, confraternizações, em breve o carnaval…
Tanto tempo afastados de nossas atividades fez com que qualquer flexibilização fosse, para alguns, como uma “carta de alforria” e, sobretudo os mais jovens, tem abusados de eventos compartilhados sem os devidos recursos de proteção, baladas, bares, festas regadas a muito álcool e outras drogas.
É preciso estar atento, sobretudo se você está em idade fértil e pode estar ou desenvolver uma gravidez. Saiba mais sobre o assunto.
Gravidez Consciente
Toda mulher que está gerando precisa saber que tudo que entra no seu corpo também entra em contato com o bebê seja pela placenta ou pela corrente sanguínea. Através de alimentos, bebidas, medicamentos e inclusive drogas sejam elas quais forem, coloca o bebê em contato com essas substâncias. O uso de drogas torna o bebê um dependente químico sem ao menos ter a escolha de não querer usar.
IMPORTANTE: Após o nascimento, bebês gerados por mulheres adeptas as drogas costumam apresentar comportamento mais agitado, chorar mais e sem motivo e isso faz parte da “abstinência das drogas”.
Por isso é necessário consciência de cada ação durante o período gestacional e se a mãe faz o uso de qualquer tipo de droga é hora de parar. E não estamos falando somente de maconha, cocaína, crack e afins, mas drogas como cigarro e álcool também. Aí sempre terá aquele que diz que a maconha é uma planta, portanto é natural e não pode fazer mal para a gestante e o bebê e muito menos causar efeitos da droga na gravidez.
Porém, diversos estudos recentes comprovaram que é o contrário. Mesmo que nasçam com aparência normal, os efeitos surgirão ao longo da sua vida. Sintomas comportamentais, dificuldades no aprendizado e de atenção são algumas características observadas em crianças geradas por mulheres que utilizavam droga durante a gravidez.
Drogas e Seus Efeitos
Toda substância química pode afetar o desenvolvimento fetal e ainda gerar problemas que a criança carregará por toda sua vida. Cada uma das substâncias químicas em sua particularidade afeta uma parte do organismo e do desenvolvimento do bebê.
Ecstasy – A famosa droga das baladas que promete animar a sua noite como nenhuma outra é a responsável pelo maior número de más formações cardíacas nos bebês e na deficiência de alguns membros. Ainda é apontada como causadora de problemas na memória a longo prazo e transtornos de atenção.
Cocaína – A cocaína, muito conhecida pelo seu poder estimulante, atinge fortemente o sistema nervoso trazendo danos irreversíveis aos seus usuários. Quando utilizada na gravidez, principalmente nos primeiros meses, pode causar abortos espontâneos. Com o uso da droga ao longo da gestação, o efeito da droga na gravidez pode levar ao descolamento de placenta, colocando a vida da mãe e do bebê em risco.
Já os efeitos da droga no bebê são ainda mais intensos, já que seu uso está relacionado a um grande número de casos de anomalias intensas no cérebro, face, coração, intestino, olhos e genitálias do bebê. Além das crises de abstinência que são obrigados a enfrentar logo após o nascimento pela falta da substância no sangue, que podem levar até 10 semanas de vida para se normalizar. O uso da cocaína ainda pode levar a um parto prematuro.
Maconha – Segundo estatísticas, a maconha é a droga ilícita mais utilizada pelas gestantes em todo mundo. Com o argumento de ser uma erva, o que a tornaria natural, milhares de mulheres no mundo colocam a vida de seu bebê ainda no ventre em risco por simples curtição. O uso da maconha não está relacionado a casos de má formação do feto, mas está diretamente ligado ao aumento de frequências e intensidade de contrações uterinas na gestação que pode resultar em abortos espontâneos.
Foram observados também que bebês gerados por mulheres adeptas à maconha durante a gestação nasceram menores e com índices de baixo peso, situações estas que foram normalizadas no decorrer do primeiro ano de vida dos bebês. Outros sintomas como tremores e espasmos indicando problemas neurológicos e dificuldade na sucção na hora da amamentação também foram constatados.
Porém, dentro de todos os sinais informados acima, os de maior número foram os bebês com problemas de memória, raciocínio e déficit de atenção principalmente na época escolar. Foram observados também relatos de hiperatividade, quadros de ansiedade e distúrbios neurológicos.
Cigarro – Os efeitos do cigarro são evidentes para qualquer ser humano. Já na gravidez, esses efeitos triplicam de importância por estar afetando não só uma vida, mas duas. O uso do cigarro na gestação aumenta os riscos de aborto espontâneo, parto prematuro, aumenta as chances de morte súbita do recém-nascido e ainda é responsável pelo nascimento de bebês com peso abaixo do normal.
Álcool – Os efeitos do álcool na vida do bebê gerado no alcoolismo podem ser intensos. Podem nascer menores do que o normal, possuem maiores chances de desenvolver a microcefalia, apresentar anomalias na face, nascer com problemas cardíacos além da deficiência intelectual. Ainda estão expostos a chances de apresentar a síndrome do alcoolismo fetal logo após o nascimento.
Sou Usuária de Drogas e Engravidei – Como Parar?
Quando falamos de usuários de drogas, naturalmente ligamos o fato às drogas ilícitas. Porém aqui iremos ressaltar a dificuldade de usuários de qualquer que seja a substância, incluindo as que são comercializadas naturalmente como cigarro e bebidas alcoólicas a deixa-las. Qualquer pessoa que tenha vícios, seja ele qual for, sabe bem como é difícil abandona-lo.
Mesmo que seja uma usuária casual ou totalmente dependente, aquela velha história de “não sou viciada e deixo de usar quando quiser” é uma verdadeira lorota. É comprovado que basta um trago ou uma única vez de uso de certas substâncias para se tornar dependente dela. Porém, para deixar as drogas é necessário um único e grande passo, DESEJAR PARAR!
Ninguém deixa de usar drogas porque a família, namorado ou amigos quer. O desejo tem que partir da pessoa, juntamente da sua força de vontade em buscar ajuda. O primeiro passo é: não se esconda da verdade, afinal, você precisa de ajuda! Durante a consulta com seu ginecologista é essencial que você fale a verdade e relate o tipo de drogas que usa, assim como a frequência de uso e quantidade. Os médicos têm obrigação de aconselhar e manter total discrição do que conversaram dentro do consultório.
Durante a consulta, serão explicados os danos e efeitos causados pelos entorpecentes e os caminhos para te ajudar a parar. Existem muitas instituições por todo Brasil que atendem mulheres dependentes químicas. Não pense que tudo está perdido, sempre existe uma saída, uma solução e uma porta para se abrir, procure ajuda e salve sua vida e de seu filho!