Palavra Semanal do Idealizador da Mobilização Freemind – Dedé Martelli fala sobre: UM MORADOR DE RUA, UM ALMOÇO E MUITAS LÁGRIMAS. A UNIDADE NASCIA ALI
O maior sinal de respeito de Deus por nós é ter nos dado o livre arbítrio. Esse poder de escolha nos permite até acreditar ou não nele. Se Deus age assim, quem somos nós para julgar a religião de qualquer um.
O Freemind procura unir desde seu início pessoas que, mesmo com pensamentos, formação, ideologias ou religiões diferentes, encontram entre si algo que os une. Foi assim desde seu primeiro dia de movimento.
O que unia a mim e o Arthur, a quem dedico essa palavra da semana, era o desejo de ajudar as pessoas, mesmo sendo nós de religiões diferentes.
Uma semana antes do encontro com o morador de rua em 2012 eu tinha um almoço marcado com ele exatamente no dia em que, durante a madrugada, vivi aquela experiência inesquecível e que foi mola propulsora de nossa mobilização.
Arthur é empresário nas áreas metalúrgica e química, cônsul honorário e atuava naquela época há 13 anos em Organizações sociais, sendo que uma delas, voltada a atividades para a população em situação de rua, moradias provisórias e educação a jovens em situação de risco social, na região central da cidade de São Paulo. Foi lá, que anos antes, ao visitá-lo comprei uma Nossa Senhora restaurada por um morador de rua que até hoje está na sala de minha casa.
Os nossos encontros eram comuns, já que Arthur é uma daquelas pessoas com as quais a conversa sempre nos traz ensinamentos, tamanha sua sabedoria e inteligência e estar com ele me ajudava muito a construir meus pensamentos e raciocínios. Estar com ele me transformava sempre numa pessoa melhor.
A política, a economia e outros tantos assuntos sempre permeavam nossas agradáveis conversas. Mal sabia eu, que naquele dia, teríamos uma das conversas mais emocionadas e que dela nasceria no meu coração a inspiração daquilo que se tornaria o Freemind, cujo tema era o mesmo da organização social que Arthur atuava.
Deus já estava, mesmo que sem nós sabermos, nos unindo para que seu desejo se tornasse realidade anos antes quando da visita na Organização que Arthur servia.
Aquele almoço num restaurante da Vila Nova Conceição foi um momento único. Embriagado ainda pela emoção da madrugada que acabava de passar e tendo ainda vivas dentro de mim as emoções sentidas, pude relatar ao Arthur a gratidão que senti a Deus por ao voltar para casa ver as fotos de meus três filhos que, amados e acolhidos, estavam seguros dentro de minha casa em Pinhal, quando aquele jovem, que também era filho, talvez irmão ou quem sabe até pai, vivia o flagelo da droga que tirava dele o direito de viver com dignidade e amor.
Foi um almoço memorável, onde a emoção se transformou em lágrimas e elas em um poderoso desejo de agir. Foi ali, naquela mesa, que pela primeira vez algo começava a nascer. De lá saímos com a ideia de reunir um grupo de pessoas, conhecidas ou não, que poderiam juntas fazer algo para contribuir.
Há uma premissa que diz que crenças e opiniões divergentes podem gerar novas ideias ao invés de conflitos, quando o Amor ao próximo e a sabedoria de Deus toma lugar no coração das pessoas.
Talvez para o Arthur ou para muitos outros aquilo que aconteceu tenha explicações diferentes, não sei ao certo mas, para mim, o que posso dizer é que aquela imagem de Nossa Senhora, que chegou às minhas mãos por ele anos antes, já era um prenuncio daquilo que Deus, na sua pedagogia diferente, desejava transformar em algo, dando a Nossa Senhora o papel de cuidadora e protetora de nossas AÇÕES, o que seis meses depois ficaria claro pra mim, no primeiro Congresso, depois de conhecer a devoção de Padre Haroldo à Virgem de Guadalupe.
Ao Arthur, que se tornou por muito tempo um grande conselheiro meu e do Paulo, o nosso muito obrigado.
A Nossa Senhora todo nosso amor e
A Deus toda honra e glória