Você sabe o que é Ciência da Prevenção?
Rodrigo Flaire – Coordenador Estadual de Políticas sobre Drogas de São Paulo – e Claudemir dos Santos – Diretor Técnico de Prevenção da COED-SP, neste vídeo, explicam e dão exemplos do que é e de como pode ser usada a ciência da prevenção para tomar decisões baseadas em evidências científicas. Veja o que eles dizem:
Ciência é um ramo do conhecimento de natureza empírica*, lógica, sistemática, em que é possível validar e demonstrar os dados e resultados, com metodologia.
Na ciência da prevenção, apesar de um conhecimento de natureza empírica, uma metodologia é respeitada e os resultados são comprovados.
Então, a ciência foge do “achismo”, das simples suposições e tem base em dados validados e que realmente podem ser provados. Então, como é feito o link entre ciência e ciência da prevenção?
A ciência da prevenção é um conjunto de vários estudos e achados científicos que foram validados por realmente funcionar e que nos mostra quais são os conhecimentos necessários para a construção de iniciativas de prevenção de fato eficazes.
A ciência da prevenção leva muito em conta o estudo da epidemiologia e da etiologia.
A Epidemiologia é um dos estudos voltados – em população humana – voltado a entender a propagação das doenças, a evolução, quais são as determinantes e com qual frequência elas se apresentam na sociedade.
A Etiologia busca entender quais são as causas e as origens desse problema. Isso é muito importante porque ajuda a ciência da prevenção a entender quais são os fatores de risco e os fatores de proteção associados com o uso de substâncias.
Logicamente que a ciência da prevenção está ligada à prevenção de qualquer tipo de doença, seja de ordem mental ou comportamental, de modo geral.
Os fatores de proteção podem ser fatores biopsicossociais e também ambientais.
A ciência da prevenção procura entender quais as iniciativas de prevenção e proteção podem ter impacto, resultado e eficácia em larga escala.
Então, esse é um assunto desafiador: quando falamos em ciência da prevenção, estamos falando de ciência, de prevenção ao uso e abuso de drogas e temos, assim, uma relação com muitas bases: temos que falar de psicologia, de medicina, de ciências sociais, de serviços, sociais, de educação, de economia, de saúde pública e outras.
Dessa forma, a ciência da prevenção é uma ciência bastante complexa e sistêmica demais com essas relações médicas e essas relações sociais.
É importante respeitar essa perspectiva da ciência, respeitar as metodologias para tomar decisões.
Um dos grandes objetivos da ciência da prevenção e influenciar programas e políticas públicas. Não podemos tomar decisões com base nos “achismos”. É preciso tomar decisões de acordo com evidências científicas.
Um dos exemplos mais comuns é que a ciência da prevenção já conseguiu demonstrar que não se leva ex-usuários para conversar, dando seu testemunho e sua história de vida para criança e adolescente. Esta atitude, mais do que gerar um medo ou uma repulsa para o uso e abuso, você gera uma curiosidade. Isto tem um efeito iatrogênico – um efeito contrário ao que foi desejado. Isto já foi provado!
Temos que entender quais são as evidências, quais são as metodologias e quais são os resultados de nossas ações. A ciência da prevenção está aqui para isso: para gerar dados e influenciar, principalmente, novos programas e políticas públicas.
Seguimos nesse desafio: Prevenir sempre!
* Para a ciência, empírico é um tipo de evidência inicial para comprovar alguns métodos científicos, o primeiro passo é a observação, para então fazer uma pesquisa, que é o método científico. Nas ciências, muitas pesquisas são realizadas inicialmente através da observação e da experiência.