Prevenir o uso indevido de álcool e outras drogas é um dos tópicos inquestionáveis nos mais diversos contextos sociais – escola, família e comunidade, entre outros. A escola é o local que abriga a maior parte das crianças e dos adolescentes de uma comunidade e é nessa fase escolar que o adolescente tem o primeiro contato com o mundo das drogas.
No Brasil, de acordo com as pesquisas sobre o uso de drogas, identificou-se que o primeiro consumo destas substâncias costuma ocorrer na adolescência, em torno dos 13 e 14 anos de idade e este tem sido o principal comportamento de risco identificado entre os adolescentes. A idade média de início desse comportamento evidencia a necessidade de programas de prevenção oferecidos na escola para estes grupos etários.
Nas escolas, a prevenção ao uso de drogas consiste em evitar o consumo de drogas lícitas e ilícitas entre os alunos, ajudando a promover o desenvolvimento social saudável.
Alguns programas escolares universais têm evidenciado a eficácia significativa na redução do consumo e no retardamento do início do consumo de drogas. Entre os modelos de prevenção bem-sucedidos estão os que consideram as influências sociais para o início do consumo. Os programas com base nesse modelo abordam os fatores de riscos e proteção associados ao uso de drogas e ensinam habilidades que contribuem na competência social e pessoal do aluno.
As Normas Internacionais Sobre a Prevenção do Uso de Drogas apresentam algumas características dos programas associadas a resultados positivos de prevenção ao uso de drogas nas escolas: uso de métodos interativos; aulas estruturadas (10 a 15) uma vez por semana; aplicadores treinados; oferecer atividades que proporcionam o desenvolvimento e a aprendizagem de competências pessoais e sociais, incluindo saber lidar com situações cotidianas, tomada de decisão e habilidades de resistência em relação ao abuso de álcool e outras drogas; percepção do impacto dos riscos associados ao abuso de drogas, enfatizando as consequências imediatas; mudanças de crenças normativas e as expectativas ligadas ao abuso de drogas.
Buscando oferecer programas baseados em evidências, a Coordenação-Geral de Saúde Mental e Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde propôs, em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), a implantação de dois programas escolares de prevenção que seguem as normas internacionais de prevenção e já exibiam resultados de eficácia em outros países. Foram eles: 1) o amplamente disseminado nos Estados Unidos, Good Behavior Game (GBG), destinado a crianças de ensino fundamental I, que posteriormente foi adaptado ao Brasil e chamado de Jogo Elos; e 2) Unplugged, de origem europeia e destinado a adolescentes de ensino fundamental II, que, após adaptação brasileira, passou a chamar #Tamojunto. Os programas escolares foram submetidos a avaliações de processo e resultados.
A iniciativa do Ministério da Saúde inova ao trazer ao Brasil programas de fácil adaptação e cujos resultados em cenários internacionais se mostraram promissores. Espera-se que esse tipo de iniciativa se expanda para a adaptação de outros programas baseados em evidências e que, em médio prazo, as escolas públicas brasileiras possam contar com uma gama de programas entre os quais possam selecionar o que mais se enquadra na proposta pedagógica de cada escola.
Para ver o estudo completo, acesse https://bit.ly/364wr7N