Se for levado em conta apenas a idade em que o brasileiro morre, a expectativa de vida no Brasil tem aumentado: passou de 66 anos em 1993 para 68,7 anos em 2001. Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), porém, revela que se forem analisadas as condições de saúde em que o brasileiro vive, a realidade é outra: são apenas 56,7 anos de vida saudável.
Em média, a população passa 12 anos às voltas com problemas de saúde relacionados a hábitos que poderiam ser evitados, como o consumo de álcool e tabaco, má alimentação e colesterol alto.
A inclusão no cálculo das condições de saúde mostrou um cenário parecido com o do Brasil em todos os países: no Japão, por exemplo, que tem a maior expectativa de vida do mundo – 81,4 anos – vive-se saudavelmente até os 73,6 anos.
Segundo a OMS, a expectativa de vida no mundo poderia aumentar em 10 anos se fossem tomados alguns cuidados.
A OMS diz que tem um terço das 56 milhões de mortes no mundo está diretamente relacionado a dez problemas que poderiam ser evitados: desnutrição, sexo sem proteção, pressão arterial alta, tabagismo, abuso de álcool, falta de saneamento básico, deficiência de ferro, fumaça provocada por incêndios, alto colesterol e obesidade.
No Brasil, bem como em alguns outros países da América Latina, como México e Chile, o maior problema é o consumo de álcool, responsável por uma perda média de 11,6% dos anos saudáveis da vida.
Depois, aparecem obesidade (4,3%), hipertensão arterial (4,0%), tabagismo (3,7%), colesterol (2,3%) e sexo sem proteção (2,2%).
Em matéria de vida saudável, as mulheres brasileiras estão melhores do que os homens: elas podem esperar viver 61,1 anos com saúde, contra 52,2 dos homens, de acordo com a OMS.