Drogas na escola

A iniciação dos jovens no mundo das drogas lícitas e ilícitas ocorre, geralmente, na idade em que eles estão nos últimos anos do ensino fundamental e indo para o ensino médio, quando a curiosidade e a necessidade de se ter uma identidade, levam os jovens a procurarem novos modos de se interpretarem, mudando seu consciente, para que, dessa forma, possam se identificar com variadas formas.

Outro fator importante para o consumo indiscriminado de drogas na adolescência é a formação dos grupos na escola, onde há, de forma clara, a influência gerada entre esses grupos para que haja, de certa forma, uma aceitação maior do adolescente para drogas tais como: cigarro, maconha, crack e cocaína, mas principalmente o álcool, porta de entrada para esse novo mundo, o mundo das drogas.

O acompanhamento familiar desde a fase inicial da vida, o exemplo dos pais, a amizade dos parentes, um ambiente familiar e saudável, onde o diálogo impere e que mostre às crianças e adolescentes os efeitos nocivos das drogas em suas vidas são fatores de proteção muito importantes e necessários. Porém, quando estes adolescentes estão na escola, “libertos” da influência de seus familiares e sob a “influência” de seus amigos é que entra em cena outro personagem fundamental nesta cadeia de prevenção: a própria escola!

Torna-se claro que a escola de ensino fundamental e/ou médio é, desta forma, um lugar onde se pode e onde se deve trabalhar a prevenção ao uso abusivo de drogas lícitas e ilícitas, considerando-se diversas particularidades.

Uma dessas particularidades é que, segundo as estatísticas, é nesse período da vida que grande parte das pessoas começa a experimentar alguma droga e uma ação preventiva neste momento pode ser muito eficaz no sentido de se interromper a tendência do usuário em prosseguir para outros níveis de utilização da droga em maior frequência.

Outro ponto a ser considerado é que na escola é que o adolescente passa grande parte do seu dia e onde ele está buscando coisas novas e aberto ao aprendizado e à novas experiências, além do fato de que é nessa fase também que ele passa a questionar tudo o que antes era tido como correto e sente uma necessidade muito grande de ser “aceito” socialmente.

Se por um lado estas constatações podem funcionar como fatores de risco ao uso de drogas, por outro, ao conseguir interceptá-las podemos encontrar formas objetivas de prevenir o uso de drogas.

Quando se fala em um trabalho de prevenção num ambiente escolar, precisamos lembrar a necessidade de profissionais qualificados, bem treinados e habilidosos para lidar com as demandas da instituição. Além disso, toda a equipe de educadores deve estar envolvida com o projeto e a linguagem utilizada deve ser acessível aos jovens. Quando possível, deixar os adolescentes participarem ativamente do processo de elaboração deste projeto pode ser muito produtivo também.

É fundamental que a forma de abordagem seja enaltecendo a qualidade de uma vida sem uso de drogas do que a própria droga em si, que poderia surtir o efeito contrário do esperado, despertando nos jovens a curiosidade e levando-os à uma primeira experimentação.

Na impossibilidade de se excluir as drogas do convívio social e com atitudes muito conscientes de pais, amigos e educadores, é possível construir jovens preparados para resistir ou para enfrentar os problemas causados pelas drogas.