É realidade que as drogas ao serem legalizadas, serão claramente consumidas em maiores escalas. Isso pode não ser solução e, sim, problema. E é isso que as pesquisas científicas explicitam também. Segundo levantamento do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), as drogas lícitas são as mais consumidas e com o maior número de dependentes.
Uma pesquisa recente realizada este ano pela “Addiction”, uma revista da Society for the Study of Addiction explicita que as drogas lícitas (álcool e fumo) estão entre as que mais viciam, que mais ameaçam à saúde e o bem-estar.
Os pesquisadores reuniram a informação global disponível sobre a utilização de substâncias lícitas e ilícitas e sua associação a mortes e doenças. Em 2015, o uso abusivo do álcool alcançava 18.3% dos adultos (pelo menos um episódio de bebedeira pesada nos últimos 30 dias). Um em cada sete adultos fumava diariamente. Para as demais drogas, os percentuais eram bem mais baixos: 3.8% para maconha; 0.77% para anfetaminas; 0.37% para opioides; 0.35% para cocaína. Os Estados Unidos e o Canadá apresentaram as maiores taxas de dependência de maconha, cocaína e opiáceos, ao passo que Austrália e Nova Zelândia tinham índices mais altos de consumo de anfetaminas.
As drogas lícitas álcool e tabaco também são as primeiras drogas experimentadas pelos jovens, em geral muito precocemente e sem limite de doses. Ocorre que, geralmente, o usuário que se torna dependente do álcool passa a buscar efeitos mais intensos nas drogas ilícitas. Esse dado é confirmado por pesquisas acadêmicas realizadas no Brasil e em outros países.