Conhecer é fundamental para poder prevenir

Estudo revela que 39,2% dos adolescentes experimentaram o álcool em casa

pela primeira vez, muitos na idade entre 12 e 13 anos e referiam o costume de beber principalmente com amigos e familiares. Além disso, 44,5% dos escolares não sabiam qual seria a reação dos pais se chegassem em casa alcoolizados, o que reforça a importância do ambiente familiar em que o consumo do álcool não é reforçado.

O uso do álcool na adolescência é um fator de exposição para problemas de saúde na idade adulta, além de aumentar significativamente o risco de o indivíduo se tornar um consumidor em excesso ao longo da vida, sendo uma preocupação mundial, podendo causar prejuízos sociais, psíquicos e biológicos. Os adolescentes constituem grupo de risco peculiar entre os consumidores de bebidas alcoólicas, em dois aspectos principais: a época de início do seu consumo e a forma como bebem.

A precocidade de início do uso de álcool é um dos fatores preditores mais relevantes de problemas futuros. O consumo antes dos 16 anos de idade aumenta significativamente o risco para beber em excesso na idade adulta, em ambos os sexos. Pesquisas indicam que quanto menor a idade mínima legal para o consumo de bebidas, maiores as possibilidades de ocorrência de acidentes de trânsito relacionados ao álcool, de traumatismos acidentais, homicídios, suicídios e acidentes com armas de fogo.

Quanto à forma de beber, estudos apontam que 90% do álcool consumido por adolescentes nos Estados Unidos ocorre de forma abusiva (bingedrinking), ou seja, a ingestão de cinco ou mais doses na mesma ocasião, como ocorre com muitos adultos. Os adolescentes utilizam as bebidas alcoólicas por curiosidade, por diversão, por pressão do grupo social, ansiedade e devido à baixa autoestima.

Dentre os fatores apontados pelos adolescentes que relataram consumo anterior de drogas, citaram como motivador à utilização em outro estudo que 18,5% apontaram a curiosidade, 15,4% a diversão e o prazer proporcionado pela(s) substância(s), 7,7% indicaram a influência de amigos ou namorado(a) e 6,2% relacionaram ao alívio do estresse diário.

Estes dados reforçam a importância da orientação pelo profissional de saúde no sentido de esclarecer as dúvidas pertinentes sobre esse tema, principalmente sobre os efeitos, sensações e consequências das bebidas alcoólicas e das drogas no organismo, para que a curiosidade não seja incentivada entre os adolescentes. Paralelamente, há a necessidade de articulação entre o serviço de saúde e as instituições de ensino de forma a potencializar o acesso à informação pelos jovens.

Dentre os motivos apontados pelos adolescentes para não utilização destas substâncias (álcool e drogas), 36,9% afirmaram que as drogas não são importantes em sua vida, 16,9% destacaram o medo das consequências, 3,1% atribuíram à influência religiosa, 3,1% relacionaram ao medo da descoberta por parte da família, sendo que 41,5% não responderam, pois, já haviam utilizado tais substâncias. Este dado remete à importância de um diálogo aberto sem preconceitos com os adolescentes, enfatizando as consequências da utilização de tais substâncias, e, apontando, a priori, o caminho da atividade física, das relações sociais saudáveis, da leitura e outras atividades, bem como o envolvimento em atividades prazerosas como alternativas que possam combater ou minimizar a utilização das bebidas alcoólicas, principalmente, em finais de semana ou em festas por parte desta população.

Fonte: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/02/N-ManOrient-Alcoolismo.pdf