No domingo, dia 05 de maio de 2019, o Brasil ficou chocado com a notícia
de um filho que, em um surto decorrente do uso de drogas, assassinou a própria mãe que se negou a lhe dar dinheiro para comprar mais cocaína. O caso, por si só, é chocante. Mas, nesse caso específico, para nós do Freemind é ainda mais triste pois pessoas muito próximas a nós estão sofrendo as consequências deste ato de desespero.
O Freemind vem, há anos, falando da importância da prevenção. Precisamos falar sobre o assunto. Tragédias como essa não devem gerar juízo de valor mas, sim, sensibilizar a sociedade e as autoridades competentes sobre a terrível tragédia a que nossas crianças e jovens estão sujeitas diariamente e cada vez com mais intensidade.
O uso de álcool e outras drogas por adolescentes tem começado cada vez mais cedo e isto tem levado a mais e mais casos de violência e a famílias destruídas, seja como consequência ou como codependência. Precisamos de políticas públicas efetivas para a prevenção, tratamento e recuperação dos dependentes de substâncias psicoativas e não podemos nos calar diante de tudo o que temos visto acontecer.
Em relação a este caso específico, um amigo da mãe assassinada deixou em seu Facebook uma mensagem muito apropriada e coerente. Leiam na íntegra abaixo:
“Não temos muito o que dizer.
A complexidade da tragédia fala por si.
Entre a mãe (vítima) e o filho (autor) havia amor e um bom relacionamento.
Até ontem, ela era uma pessoa iluminada, carinhosa, nossa amiga e maternal. Ele, um filho amado, bem-sucedido, comissário de bordo de uma grande empresa aérea.
Mas entre eles havia uma doença física, mental e espiritual grave: a dependência química.
E o que faz a dependência química?
Os exemplos vão longe.
A dependência química é capaz de aniquilar o amor materno. Recordo-me, aqui, das mães do CRACK, que em busca de drogas se prostituem, acabam por engravidar e dão à luz a filhos deixados ao relento.
A dependência química é capaz de aniquilar o amor filial: Suzane von Richthofen estava sob efeito de maconha, quando autorizou os irmãos Cravinhos a matar seus pais.
A dependência química é capaz de arruinar qualquer união conjugal. Entenda-se por droga, aqui, o álcool e a maconha.
A história é a maior testemunha: a dependência gera tragédias familiares e sociais.
Muitos filhos já mataram, não por desamor, mas por conta do efeito viciante das drogas. Muitas mães deixaram seus filhos, não porque não os amavam, mas porque adoecidas ligavam-se pelo cordão umbilical aos seus vícios.
Não podemos aceitar que as drogas entrem em nossas casas, em nossas vidas. A droga e o tráfico devem sempre se sentar no banco dos réus! A dependência deve ser tratada!
Necessitamos de uma política de repressão eficiente contra as drogas, penas rígidas aos traficantes e tratamento adequado aos usuários.
A dependência química é, sem dúvidas, uma doença comportamental grave, que afeta homem em sua integralidade, comprometendo seus valores morais e éticos. Ela é muito perversa: escraviza não só o dependente, mas toda sua família. Ela sempre traz desunião familiar, mortes, tragédias.
Precisamos pedir socorro a Deus. Mas antes, para que ele nos socorra, devemos nos comprometer a mudar de vida. Nada muda, se eu não mudar.
Se você ou sua família está passando por problemas, peça AJUDA!
Descanse em PAZ nossa amiga! Obrigado por tudo!” (Rodrigo Alves da Silva)
E antes que saiamos fazendo juízo de valores, leiam também o desabafo emocionado do pai do rapaz:
“Pessoal, bom dia.
Me perdoem por usar o grupo para um pedido e um desabafo
Domingo tivemos uma tragédia onde um filho matou a mãe por causa de drogas.
Pois bem, ela era minha ex-mulher com quem eu me relacionava super bem e tinha uma amizade incrível.
Ele, o Victor, é o meu filho.
Ontem enterrei a Lúcia e vi meu filho acorrentado nos pés e mãos na audiência de custódia.
Se existe dor maior, eu ainda não provei.
Ele era usuário compulsivo de cocaína há 7 anos e por várias vezes já esteve internado, porém as recaídas aconteceram.
Neste domingo foi uma overdose de cocaína e consequentemente um surto que o levou a fazer isso que vocês já estão sabendo.
Ele nunca agrediu nem à mim nem à Lúcia, adorava seu cachorrinho e era incapaz de matar um bicho qualquer.
Não foi uma maldade, foi o ápice de um consumo de cocaína, em plena luz do dia onde a facilidade para se comprar em São João é demais.
Irei fazer disso meu maior motivo de engajamento de medidas públicas para que outros pais jamais passem por o que estou passando.
O que peço a todos do grupo, pela imensa fé que cada um carrega em Jesus, Sua Mãe e Nosso Pai Criador é que coloquem o nome do Victor Sanchez Ormastroni em suas orações para que Deus em sua infinita misericórdia perdoe um filho surtado que trocou a vida da mãe por gramas de cocaína.
Sei que o grupo não poderia ser usado para isso, mas se quiserem me tirar por esse desabafo e pedido eu não me importo, só me importo hoje é em tentar fazer que de alguma forma meu filho alcance o perdão de Deus e independente de como, já está pagando, seja acolhido por Cristo.
Infelizmente as drogas estão mais fortes pois cada vez mais estamos mais desunidos no combate e prevenção a elas.
Esse é meu desabafo e pedido de oração.
Se fiz errado em postar aqui, peço aos administradores do grupo que me excluam, pois meu coração acordou com esse desejo de expor meu sentimento e sem chão nesse momento pedir ajuda através de oração a quem tem fé.
Obrigado a todos!”
Unamo-nos em oração e ação a este pai e a todos os pais, maridos, esposas, filhos e filhas que sofrem com a dependência química de seus queridos.