“Três em cada cinco jovens que experimentam fumar tornam-se fumadores
regulares. Destes, metade morrerão prematuramente devido às doenças provocadas pelo tabaco” (OMS, 2000).
Os pré-adolescentes podem assumir atitudes moralizadoras e negativas relativamente ao tabaco. Isso não os protege, no entanto, de poderem vir a consumir tabaco. De fato, à medida que o adolescente cresce, as influências sociais, em particular dos pares, associadas a uma certa curiosidade, podem levar ao desejo de experimentar. Por outro lado, como sabemos, os jovens não têm a saúde como uma preocupação central e imediata nas suas vidas. Quando decidem experimentar, habitualmente, não estão conscientes do poder aditivo do tabaco. Há, portanto, que se tentar encontrar formas de discutir e trabalhar este assunto, numa perspectiva de aquisição de competências para a vida. A aprendizagem da capacidade de decidir, de forma responsável e autônoma, sabendo resistir às pressões sociais, é um objetivo fundamental a ter presente na educação das crianças e jovens.
“Os jovens que atingem o final da adolescência sem nunca terem fumado, provavelmente nunca virão a fumar” (OMS, 2000).
Nesta perspectiva, os pais e a escola têm um importante papel a desempenhar. Por outro lado, tendo presente que o processo educativo assenta em vertentes formais e informais, os educadores devem estar conscientes de que o seu exemplo pessoal é importante. Desse modo, pais e professores fumadores devem abster-se de fumar na presença de crianças e jovens. Sabe-se também que uma atitude muito permissiva por parte dos pais e dos educadores contribui para que os jovens se sintam menos constrangidos relativamente ao consumo e registem uma maior probabilidade de virem a consumir.
Nesse sentido, pais e professores devem fornecer mensagens claras e positivas relativamente às vantagens da não dependência do tabaco ou de outras substâncias.
Uma questão habitualmente discutida é a de saber qual a melhor idade para começar a trabalhar estas questões. Cada vez mais se sabe que há que se começar bastante cedo, numa fase em que as atitudes das crianças estão sendo construídas, desde o pré-escolar e posteriormente ao longo de toda a escolaridade, em particular durante a pré-adolescência e a adolescência.
Sabendo-se, também, que o acesso facilitado ao tabaco contribui para facilitar o consumo por parte dos jovens, o montante da mesada recebida constitui um fator que pode interferir com o consumo de tabaco por parte dos adolescentes. Neste sentido, os pais devem ter um papel pedagógico e atento relativamente à forma como a criança e o adolescente gerem o dinheiro de que dispõem.
Fonte: https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Esaude/consumospa_prevencaomeioescolar.pdf