A relação entre suicídio e depressão

Todo mundo se sente para baixo às vezes. O rompimento de um relacionamento ou uma nota ruim pode levar ao mau humor e, às vezes, a tristeza vem sem motivo aparente. Mas será que existe alguma diferença entre essas mudanças de humor e o que é chamado de depressão? Será que existe uma ligação entre a depressão e o suicídio?

Sim, existe. E é sobre isso que falaremos hoje. Mas, antes de tudo, precisamos entender melhor o que é depressão e o que é suicídio para, depois, entendermos a relação entre eles.

Durante o 7º Congresso Internacional Freemind 2022, que acontecerá de 15 a 18 de junho, no Expo Dom Pedro, em Campinas/SP, este será um dos temas debatidos em um painel exclusivo para tratar temas sobre Depressão e Suícidio, que buscará apresentar caminhos possíveis para a prevenção destes problemas.

Este será um assunto abordado pelo Dr. Neury José Botega, Psiquiatra doutorado em Saúde Mental pela Universidade Estadual de Campinas e pós-doutorado no Instituto de Psiquiatria da Universidade de Londres.

Na Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP obteve os títulos de Professor Livre-Docente e de Professor Titular. Sua produção científica relaciona-se a três temáticas: Interface entre a Psiquiatria e outras especialidades médicas, Transtornos Afetivos e Prevenção do comportamento suicida. Tem vários livros publicados e, entre eles: Crise Suicida; A Tristeza Transforma, a Depressão Paralisa. Atualmente trabalha em clínica particular o e dá cursos, palestras e consultoria na área de saúde mental.

Dr. Neury é membro da ABEPS – Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio, tendo já sido Secretário e Tesoureiro nas gestões de 2015 a 2020.

Você quer saber mais sobre esse assunto? Então não pode perder o 7º Congresso Internacional Freemind.

Especialistas do Brasil e do mundo todo estarão presentes para discutir temas importantes relacionados à prevenção de desordens causadas pelo uso de substâncias e outras desordens relacionadas aos mais variados vícios, bem como também temas voltados ao tratamento e reinserção social.

Leia abaixo um pouco mais sobre a depressão, o suicídio e a relação entre eles, tema que será abordado no Congresso:

 

O que é depressão?

A depressão (transtorno depressivo maior) é uma doença médica comum e grave que afeta negativamente como você se sente, a maneira como pensa e como age, mas, felizmente, é tratável.

A depressão causa sentimentos de tristeza e/ou perda de interesse em atividades que você gostava e pode levar a uma variedade de problemas emocionais e físicos, incluindo diminuição da capacidade de funcionar normalmente no trabalho e em casa.

Os sintomas de depressão podem variar de leve a grave e podem incluir:

  • Sentir-se triste ou ter um humor deprimido
  • Perda de interesse ou prazer em atividades antes apreciadas
  • Mudanças no apetite – perda ou ganho de peso não relacionado à dieta
  • Problemas para dormir ou dormir demais
  • Perda de energia ou aumento da fadiga
  • Aumento da atividade física sem propósito (por exemplo, incapacidade de ficar parado, andar de um lado para o outro, torcer as mãos) ou movimentos ou fala mais lentos (essas ações devem ser graves o suficiente para serem observadas por outras pessoas)
  • Sentir-se inútil ou culpado
  • Dificuldade em pensar, concentrar-se ou tomar decisões.

 

O que é o suicídio?

Homem com depressão pensando em suicídio

Suicídio é a morte causada por ferir-se com a intenção de morrer e uma tentativa de suicídio é quando alguém se machuca com qualquer intenção de acabar com sua vida, mas não morre como resultado de suas ações, seja por que não funcionou, seja por que alguém impediu.

Muitos fatores podem aumentar ou diminuir o risco de suicídio já que ele está normalmente ligado a outras formas de lesão, violência e distúrbios mentais.

Por exemplo, pessoas que sofreram violência, incluindo abuso infantil, bullying ou violência sexual ou que sofram de algum distúrbio psiquiátrico como depressão, transtorno de estresse pós-traumático, esquizofrenia, etc., têm um risco maior de suicídio.

Estar conectado ao apoio da família e da comunidade e ter fácil acesso aos cuidados de saúde pode diminuir os pensamentos e comportamentos suicidas.

Embora o suicídio seja muitas vezes difícil de prever, existem alguns sinais de alerta:

  • Estar deprimido ou ter outros transtornos mentais
  • Falar direta ou indiretamente sobre querer morrer ou “não estar por perto”
  • Aumento do isolamento social
  • Mudanças significativas na aparência e higiene
  • Doação de bens valiosos
  • Fazendo preparativos para a morte
  • Mudança repentina de humor.

 

Como esses dois fatores estão interligados?

Embora a maioria das pessoas com depressão não morra por suicídio, ter depressão aumenta o risco de suicídio em comparação com pessoas sem depressão. Mas, o risco de morte por suicídio pode, em parte, estar relacionado à gravidade da depressão.

As pessoas que se sentem suicidas são dominadas por emoções dolorosas e intensas – sentimentos esses que são muito comuns em casos de depressão – e veem a morte como a única saída, tendo em vista o fato de que o suicídio é uma ou a única “solução” permanente para um estado temporário.

A maioria das pessoas que tenta se matar e acaba não conseguindo, diz que está feliz por não ter morrido, já que aquele é um pico emocional momentâneo e quando toda a dor passa, ela percebe o que fez.

Os pensamentos suicidas podem ser fugazes ou mais frequentes, passivos (por exemplo, “E se eu estivesse morto?”) ou ativos (por exemplo, pensar em maneiras de se matar, fazer um plano).

Os preparativos para a morte, como doar bens ou adquirir uma arma, são motivo de grande preocupação e um súbito aumento de ânimo em uma pessoa deprimida pode ser um sinal de alerta de que ela está planejando se matar.

Qualquer nível de pensamento suicida deve ser levado a sério e se você presenciar isso, ligue para o 190 (emergência) ou 188 (centro de valorização da vida).

 

Obtenha mais informações sobre o assunto

Você ficou interessado e gostaria de saber mais sobre? Faça já sua inscrição no 7º Congresso Internacional Freemind e garanta sua participação. Esperamos por você!

 

Fontes: caps.ucsc.edu, American Psychiatric Association e Centers of Disease Control and Prevention