A prevenção é parte de um esforço maior para assegurar crianças e jovens menos vulneráveis

O principal objetivo em prevenir o uso de drogas é ajudar pessoas;

principalmente, mas não exclusivamente os jovens, a fim de evitar ou retardar o início do uso de drogas, ou, se já iniciaram, evitar que desenvolvam transtornos (por exemplo, a dependência). O objetivo geral da prevenção do uso de drogas, no entanto, abrange muito mais que isso; ele busca o desenvolvimento seguro e saudável de crianças e jovens, de forma que percebam seus talentos e potenciais, tornando-se membros que contribuam para o bem de suas comunidades e da sociedade. Um sistema eficaz de prevenção do uso de drogas contribui significativamente para que crianças, jovens e adultos participem de forma positiva nas atividades familiares, escolares, comunitárias e no ambiente de trabalho.

A ciência da prevenção fez enormes avanços nos últimos 20 anos. Como resultado, os profissionais da área e os governantes têm agora uma melhor compreensão sobre o que torna os indivíduos vulneráveis a iniciar o uso de drogas (fatores de risco), tanto em âmbito individual, quanto social. As evidências não só apontam para a falta de conhecimento sobre drogas e suas consequências, mas também para certos fatores de risco que podem ser: os processos biológicos, traços de personalidade, transtornos mentais, negligência e abuso na família, falta de vínculo com a escola e com a comunidade, normas sociais propícias e ambientes favoráveis ao uso abusivo de substância e crescimento dentro de comunidades marginalizadas e carentes. Por outro lado, o bem-estar psicológico pessoal e emocional; habilidades sociais e pessoais; forte apego aos pais; pais que cuidam e se preocupam e escolas e comunidades que são bem amparadas e organizadas, são fatores que diminuem a vulnerabilidade de indivíduos (fatores de proteção, também reconhecidos recentemente como ativos) ao uso de drogas e outros comportamentos negativos.

É importante ressaltar que esses fatores de risco mencionados acima fogem em grande parte ao controle do indivíduo (ninguém escolhe ser negligenciado por seus pais) e estão vinculados a vários comportamentos de risco e transtornos de saúde afins, tais como deixar a escola, agressividade, delinquência, violência, comportamento sexual de risco, depressão e suicídio. Não deve, portanto, ser surpresa que a ciência de prevenção revele que muitas das intervenções e políticas de prevenção de drogas também previnam outros comportamentos de risco.

Pesquisas indicam que alguns dos fatores que tornam as pessoas vulneráveis (ou, inversamente, resistentes) a usar drogas, diferem de acordo com a idade. A ciência já identificou fatores de risco e de proteção durante a infância e início da adolescência, particularmente relacionados à parentalidade e ao vínculo com a escola. Ao longo da idade, as escolas, locais de trabalho, espaços de entretenimento e a mídia são fatores que podem contribuir na intensidade da vulnerabilidade dos indivíduos ao uso de drogas e outros comportamentos de risco.

Certamente, jovens marginalizados em comunidades pobres com pouco ou nenhum apoio familiar e acesso limitado à escola estão principalmente sob risco. Assim como crianças, indivíduos e comunidades devastadas pela guerra ou por desastres naturais.

Resumindo, a prevenção da toxicodependência é uma parte integrante de um esforço maior para assegurar que crianças e jovens sejam menos vulneráveis e mais resistentes.

Fonte: https://www.unodc.org/documents/lpo-brazil/noticias/2013/09/UNODC_Normas_Internacionais_PREVENCAO_portugues.pdf