Sabemos que atualmente, o tabagismo é a principal causa de morte evitável do mundo, mas ainda assim os números são alarmantes. Somente no Brasil, o cigarro mata cerca de 428 pessoas por dia sendo o responsável por 12,6% de todos os óbitos anuais, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Apesar das consequências e doenças causadas pelo cigarro aparecerem na idade adulta, o hábito de fumar acontece muito cedo. Em 90% dos casos, o início do consumo de cigarros ocorre na adolescência, dos 13 aos 15 anos. Jovens que fumam em sua fase de desenvolvimento prejudicam o processo de maturação dos pulmões e do sistema nervoso central, além do risco elevado de se tornarem dependentes. Quanto mais cedo uma pessoa começa a fumar, mais rápido será a transição desse hábito para algo regular, mais cigarros serão consumidos no futuro e mais grave será a dependência e, consequentemente, maior será a dificuldade para parar de fumar.
Fumar não é um hábito, é uma dependência química da nicotina. Ao fumar, a nicotina chega imediatamente no cérebro e é eliminada na mesma velocidade, fazendo com que a pessoa queira fumar de novo em um curto período. O cigarro é a única droga que pode causar crise de abstinência em poucos minutos, sendo difícil, assim, sua superação.
Na fase da adolescência, o pensamento ainda é imaturo e tudo no mundo é novidade e de tudo queremos experimentar, inclusive as drogas. É a idade do risco ideal para o mercado das drogas e, consequentemente, ideal para se começar a fumar. Quase toda propaganda da indústria tabagista dirige-se, direta ou indiretamente, a este segmento de mercado.
A prática de atividades é uma grande aliada no combate ao fumo, pois gera a sensação de bem-estar e prazer similares com as que a nicotina desperta no cérebro. Ela pode ser uma alternativa para os jovens que estão começando a fumar. Também o acompanhamento nutricional é indicado, para que a compulsão por alimentos não ocorra para compensar a ansiedade. Estas medidas contribuem para evitar o aumento do peso, que acontece em alguns casos. Quanto mais jovem a decisão de interromper o hábito, maior será o benefício clínico, pois essa atitude reduz o risco de doenças e promove o real ganho de sobrevida.
Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/
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