Ao longo de 32 anos foram coletados mais de 60 milhões de bitucas

Vivemos no ano escolhido pela ONU para tratar sobre a problemática do lixo plástico – e, de fato, ninguém sairá de 2018 sem saber o mal que um simples canudinho pode causar. Mas, agora um novo estudo afirma que a bituca de cigarro é a contaminante número 1 nos oceanos, e não o plástico.

Desde 1986, a Ocean Conservancy patrocina anualmente a limpeza de praias. Ao longo de 32 anos foram coletados mais de 60 milhões de bitucas nos mares. Este foi o item mais encontrado nas praias do mundo pelo projeto de limpeza da organização, representando um terço de tudo que é retirado dos mares. Ou seja, um volume maior que invólucros plásticos, recipientes, tampas de garrafas, talheres e garrafas somados.

Além disso, os pesquisadores encontraram resíduos de cigarro em cerca de 70% das aves marinhas e 30% das tartarugas marinhas.

As bitucas de cigarro possuem plástico nos filtros que não são biodegradáveis. Eles contêm fibras sintéticas e centenas de produtos químicos usados para tratar o tabaco. Tenha em mente que cerca de 5,5 trilhões de cigarros são produzidos a cada ano em todo o mundo, sendo que a maioria deles possuem filtros feitos de acetato de celulose – que pode levar uma década ou mais para se decompor. E, logicamente, uma parcela mínima é descartada corretamente. Dos bueiros e córregos, as bitucas percorrem um longo caminho até poluir nossos oceanos.

Os dados foram revelados pela organização “Projeto de poluição por bitucas de cigarro”, cujo fundador, Thomas Novontny, é professor de saúde pública da Universidade Estadual de San Diego. Em entrevista concedida à NBC News, publicada na última segunda-feira (27), ele afirma que os filtros não proporcionam benefícios à saúde e servem apenas como ferramenta de marketing. Para ele, qualquer movimento contra filtros exigirá a participação e união de órgãos ligados à saúde e meio ambiente.

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