Palavra do Idealizador da Mobilização Freemind – Dedé Martelli fala sobre Thom Browne, aniversariante da semana.
Faz três semanas que não escrevo a palavra da semana por absoluta falta de tempo. Hoje volto a fazê-lo para homenagear uma pessoa muito importante para nós: Thom Browne.
E faço isso hoje, às 23h20 da segunda-feira, depois de chegar da casa de uma pessoa que procura ajuda para um familiar que há 20 anos luta contra as drogas. Aproveito para pedir que cada um de vocês possam rezar por essa vida.
De forma individual, ou coletiva, os dons que Deus nos deu se tornam, muitas vezes, um caminho para que alguém possa ser tocado. Cada um de nós pode sempre ser um instrumento de Deus para salvar vidas.
Thom fez aniversário essa semana – 20/09 – e isso me fez mudar a palavra da semana para poder falar dele. Uma homenagem? Não. Thom não precisa. Um reconhecimento? Talvez.
Principal homem do INL do governo americano, Thom veio ser o primeiro palestrante internacional do nosso Congresso. Quase que um invisível, Thom chegou à nossa vida através do Padre Haroldo, cuja nacionalidade americana era o que os unia.
O Freemind no Anhembi de 2013 era pura inspiração, carregada de incertezas, mas com muita fé e, entre outras coisas iniciou com uma única certeza no meio de tantas dúvidas: não sabíamos como acabaria.
A participação do Thom naquele ano nos dava uma responsabilidade muito grande. Não sabíamos quando chegaria, como chegaria ou se chegaria. Sua foto não podia constar na programação e esperávamos um Homem que parecia distante e até inacessível. Thom foi o caminho para que chegássemos onde não esperávamos chegar, quando o recebemos no primeiro Freemind. Ele personificou verdadeiramente nossa passagem “internacional”.
Thom foi, para nós, muito do que somos para tantas pessoas e instituições que são ligadas à nossa causa. Ele foi o caminho e nos ensinou a ser caminho também. Às vezes, uma vida que pode ser salva. No individual, ou no coletivo.
Meu irmão Paulo é quem tem, pela própria participação mais direta na ISSUP, a relação com Thom. A minha, apesar de mais restrita, também foi marcada por momentos memoráveis.
Um deles aconteceu no segundo Freemind, em Atibaia/SP, onde sua palestra estava prevista para o último dia de congresso, que era para quando o esperávamos. Ocorre que na mesa de abertura, no primeiro dia, olhei lá no fundo e vi uma pessoa que parecia ser Thom. Pensei: não deve ser! Pois é, era! Naquele dia, fomos chamá-lo para que participasse conosco da mesa. E ali, em Atibaia, no nosso segundo Congresso, tivemos Thom conosco muito mais do que no dia que ele faria sua palestra. Ali pudemos sentir a ligação que ele começara a construir com o Freemind.
Outro momento inesquecível foi quando, em 2015 no terceiro Congresso, Thom fez para mim uma consideração marcante. Ele disse que o que o encantava era a pluralidade de temas, conceitos, metodologias e principalmente respeito aos diferentes que tínhamos em nossa programação. Vindo de alguém como ele, que deve ter ido em mais de 250 congressos no mundo todo, isso foi um grande reconhecimento a nosso trabalho. No final daquele congresso Thom fez um convite para nós que nos levou ao México e que nos colocou num patamar diferente no setor.
O nosso Congresso, que era internacional devido a participação de Thom nele, tornou-se no ano seguinte um dos maiores eventos do setor da América Latina. Mais de 3 mil inscritos do Brasil e de outros 60 países, numa conferência que se tornou memorável.
Uma das grandes novidades desta edição do Congresso foi a Capacitação Internacional promovida pelo ISSUP – International Society Of Substance Use Prevention And Treatment Professionals, uma iniciativa de entidades internacionais, com foco na prevenção e tratamento de drogas. Foram ministrados 11 cursos no congresso que abordaram as categorias de prevenção, tratamento e temas diversos.
As maiores entidades internacionais ligadas ao setor de drogadição no Mundo investiram muitos esforços em nossa Mobilização nesse congresso para garantir que a sociedade organizada se beneficiaria com os resultados obtidos com essas capacitações. Tudo isso, graças a Thom.
Nesse ano, no encerramento de nosso congresso, uma grande Cruz de madeira que havia sido restaurada por um morador de rua da Cracolândia e que estava em minha casa foi o presente que demos ao THOM.
Não sei ao certo em qual parede ela está, mas posso garantir que aquele Jesus que estava materializado nela, foi o grande responsável por essa relação que fez tanta diferença para nós.
Hoje termino esse escrito às 23h58, ciente de que Thom, com toda sua benevolência, objetividade e crença nos ajudou a ajudar muita gente.
E ajudar ao próximo é algo que todos nós devemos fazer. Basta materializar o amor e com ele tentar salvar vidas.
O aniversário foi do Thom, mas o presente: esse foi nosso. Foi Deus que deu e, o presente foi ele, Thom Browne!
HAPPY BIRTHDAY, THOM!