Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos fumantes tiveram o primeiro contato com o tabaco em idade escolar, na faixa etária entre 5 e 19 anos. A OMS considera, desde 1990, o tabagismo como uma doença pediátrica também. As crianças são incentivadas por propagandas e outras estratégias de venda que facilitam o acesso aos produtos do tabaco e, ao mesmo tempo, criam um forte elo entre eles e o ideal de auto-imagem, ainda em formação nessa fase da vida.
A OMS ainda ressalta que cada dia, em todo mundo, cerca de 100.000 crianças e adolescentes começam a fumar, antecipando muitas vezes, uma vida de dependência e uma morte prematura. Na adolescência, em particular, a prevenção ao uso do tabaco deve ser considerada prioridade para uma vida com qualidade. O apoio constante dos pais, uma convivência social que favoreça comportamentos saudáveis e a ação da escola na promoção da saúde são elementos fundamentais para decisões inteligentes quanto ao uso ou não-uso de drogas.
As drogas lícitas chegam às escolas com facilidade. Por terem a produção e venda liberadas pelo governo, as bebidas alcoólicas e o tabaco estão no topo das estatísticas de drogas mais usadas entre os jovens.
Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores (CNTE), três são os principais motivos que levam os jovens a se envolver com drogas, principalmente nas escolas: o desejo de fuga dos problemas, a busca pela aceitação social no grupo e a curiosidade por novas sensações. A droga acaba sendo uma válvula de escape, principalmente nesta fase escolar que engloba a pré-adolescência e a adolescência. É importante o diálogo nas três esferas: escola e aluno, escola e família e pais e aluno.
Atividade física na escola
O tabagismo é uma doença que, além de causar dependência, também compromete seriamente a saúde da pessoa que fuma. Um jovem que está em fase de desenvolvimento e é tabagista está correndo sérios riscos de não ter uma vida saudável. Um dos papéis da escola é a implementação de intervenções adicionais como a educação e ações de sensibilização para os problemas associados ao tabagismo, ativo ou passivo.
Portanto, a atividade física (“Educação Física” como é chamada nas escolas), possui um importante papel na promoção de saúde com os jovens da comunidade escolar. Isso acontece porque a atividade ajuda na promoção de hábitos saudáveis e ainda previne doenças, uma vez que a promoção da atividade física interage de maneira positiva com as estratégias para melhorar os hábitos alimentares, desencorajar o tabagismo e o consumo de álcool e drogas, reduzir a violência, aprimorar a capacidade funcional e promover a integração social. Um estilo de vida ativo na fase escolar pode trazer vários benefícios, entre eles: melhora do rendimento acadêmico, aumento da frequência às aulas, diminuição de comportamentos inadequados, melhora do relacionamento com os pais, aumento da responsabilidade e melhora no nível de aptidão física geral.
De acordo com o artigo “Drogas e Escola”, publicado no livro “Atividade Física e Qualidade de Vida na Escola” existem algumas estratégias para a implantação de programas de controle do tabagismo com os jovens na escola:
– Sensibilização através de panfletos e palestras educativas, podendo utilizar vídeos motivacionais para a aquisição de hábitos saudáveis.
– Definição um plano de atividades para o ano letivo que vise a prevenção do tabagismo na escola, juntamente com programas de atividade física.
– Disponibilização de informação para a comunidade escolar, os professores, alunos, funcionários e visitantes sobre as políticas e regras para obtenção de um ambiente sem tabaco.
– Realização de ações educacionais que facilitem o entendimento sobre a relação do comportamento e os riscos à saúde.
– Criação de condições e situações para que o aluno atue de maneira participativa no processo de prevenção do tabagismo, onde possa dar suas opiniões, sugestões e suas dúvidas sobre o assunto possam ser esclarecidas.
Fonte: https://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/livro_afqv_cap9.pdf