7 Motivos para Você Assistir ‘Adolescência’ Hoje Mesmo

A minissérie Adolescência, recém-lançada na Netflix, vem chamando a atenção de educadores, psicólogos e pais por retratar, de forma impactante, os desafios que jovens enfrentam na era digital. Muito mais que entretenimento, a produção funciona como um espelho da realidade vivida por muitos adolescentes — e um alerta urgente para famílias e educadores.

(Nota importante aos pais:
Esta minissérie é uma obra impactante e extremamente útil para compreender os desafios enfrentados pelos jovens na era digital. No entanto, seu conteúdo é mais indicado para pais, educadores e adultos responsáveis.
Caso decida assistir com seu filho, considere se ele já possui maturidade emocional e capacidade de compreender os temas abordados, como violência juvenil, redes sociais e saúde mental.
Este pode ser um excelente ponto de partida para o diálogo — mas o momento certo para essa conversa deve ser escolhido com cuidado, respeitando o tempo e o contexto de cada família.)

Se você é pai, mãe ou responsável, aqui estão 7 motivos para assistir à minissérie Adolescência e refletir sobre os desafios que os jovens enfrentam no ambiente digital. A partir dessa compreensão, você poderá decidir o momento mais apropriado para iniciar um diálogo com seu filho.

  1. Revela o impacto emocional das redes sociais

A série mostra como a constante exposição à comparação social, likes e validação externa afeta a autoestima dos adolescentes. Assistir irá permitir que você abra um diálogo sobre o que é real e o que é editado nas redes.

  1. Mostra os perigos da radicalização online

Grupos extremistas se aproveitam da vulnerabilidade emocional de jovens para inseri-los em ideologias perigosas. A série ilustra como isso acontece de forma sutil — e pode ajudar os pais a identificarem sinais de alerta.

  1. Expõe o ciclo da solidão e busca por pertencimento

A necessidade de aceitação é retratada com profundidade, mostrando como o vazio emocional pode levar os jovens a se aproximarem de comunidades nocivas. Um excelente ponto de partida para discutir pertencimento dentro e fora de casa.

  1. Alerta para a banalização da violência nas redes

Brigas, desafios perigosos e conteúdos agressivos são frequentemente glorificados nas redes sociais. A série mostra como esses comportamentos podem ser reforçados pela lógica de engajamento digital — e como isso afeta o comportamento offline.

  1. Convida ao diálogo sobre saúde mental

Adolescência toca em temas sensíveis como ansiedade, depressão, automutilação e pensamentos suicidas. Assistir e dialogar com seu filho pode abrir espaço para conversas que muitas vezes são evitadas, mas extremamente necessárias.

  1. Ensina a importância da escuta ativa dos pais

Ao retratar o distanciamento entre jovens e adultos, a série reforça como o silêncio pode ser quebrado quando os pais se mostram verdadeiramente dispostos a ouvir — sem julgamentos ou reações imediatas.

  1. Dá ferramentas para prevenir e agir

Mais do que apontar o problema, a série ajuda pais a identificarem comportamentos de risco e a pensarem em estratégias para agir com empatia, firmeza e informação. Ao debater essas questões juntos, você se torna mais presente e consciente.

 

A adolescência é um território complexo — e na era digital, ainda mais desafiador. Assistir à minissérie Adolescência é mais do que acompanhar uma trama envolvente: é um passo poderoso para fortalecer vínculos, entender o mundo dos jovens e proteger o que mais importa.

💡 Assista, converse, escute. Seu filho precisa saber que pode contar com você.

 

 

Entenda um pouco mais sobre o assunto:

 

Radicalização Online, Violência Juvenil e o Impacto das Redes Sociais: Como Proteger Nossos Jovens

Nos últimos anos, o ambiente digital tem se tornado um espaço onde jovens passam grande parte do seu tempo. Redes sociais, fóruns online e plataformas de jogos oferecem oportunidades para aprendizado e socialização, mas também podem expô-los a riscos preocupantes. Entre esses riscos, a radicalização online, a violência juvenil e a influência negativa das redes sociais têm chamado atenção de especialistas em comportamento digital e segurança infantil.

A minissérie Adolescência, recém-lançada na Netflix, aborda justamente os desafios enfrentados pelos jovens na era digital, destacando como o ambiente virtual pode amplificar problemas como a solidão, a pressão social e até mesmo a atração por ideologias extremistas. A produção escancara a vulnerabilidade de adolescentes diante do bombardeio de informações e da busca por pertencimento em comunidades virtuais, evidenciando a urgência de pais e educadores se manterem atentos a esses sinais.

A internet tornou-se um espaço onde discursos extremistas, desafios perigosos e manipulação psicológica podem ser disseminados de maneira sutil. Muitas vezes, esses conteúdos chegam aos jovens disfarçados de memes, vídeos virais ou comunidades aparentemente inofensivas. Isso torna essencial que pais e educadores estejam atentos aos sinais de alerta e saibam como intervir para proteger crianças e adolescentes desse tipo de influência.


Radicalização Online: Como Jovens São Alvos Fáceis

A radicalização online ocorre quando indivíduos, especialmente jovens, são expostos a ideologias extremistas que podem levá-los a pensamentos e comportamentos violentos. Esse fenômeno pode acontecer de forma gradual, através de grupos que exploram vulnerabilidades emocionais, sociais e psicológicas.

Muitos jovens são atraídos por grupos radicais porque encontram neles um sentimento de pertencimento e identidade, algo que pode estar em falta em suas vidas offline. Em fóruns e redes sociais, comunidades extremistas exploram inseguranças e frustrações, oferecendo narrativas simples para problemas complexos e criando inimigos comuns para reforçar um senso de unidade.

Entre os conteúdos que podem indicar um processo de radicalização online, destacam-se:

  • Teorias da conspiração que incentivam desconfiança contra instituições e autoridades;
  • Narrativas de “nós contra eles”, que encorajam a hostilidade contra determinados grupos;
  • Conteúdos violentos ou que glorificam ataques, seja em forma de vídeos, posts ou comentários;
  • Grupos secretos em aplicativos de mensagens, onde ideologias extremistas são disseminadas.


Violência Juvenil e o Papel das Redes Sociais

A violência juvenil não é um fenômeno novo, mas as redes sociais ampliaram sua visibilidade e influência. Casos de bullying virtual (cyberbullying), desafios perigosos e brigas transmitidas ao vivo tornaram-se comuns. A facilidade com que esses conteúdos se espalham pode reforçar comportamentos agressivos entre adolescentes e tornar a violência algo banalizado.

Os algoritmos das redes sociais podem intensificar esse problema, pois priorizam conteúdos que geram maior engajamento, o que muitas vezes inclui vídeos sensacionalistas e brigas violentas. Além disso, a busca por validação online leva muitos jovens a se envolverem em comportamentos de risco apenas para ganhar curtidas e seguidores.

Pais e professores devem estar atentos a mudanças de comportamento nos jovens, como:

  • Agressividade repentina ou interesse por conteúdos violentos;
  • Isolamento social e aumento do tempo online;
  • Participação em desafios virais perigosos;
  • Recebimento de mensagens de ameaça ou pressão em grupos privados.

 

O Impacto das Redes Sociais na Saúde Mental dos Jovens

Estudos(1,2,3) indicam que o uso excessivo das redes sociais pode levar a sintomas de ansiedade, depressão e baixa autoestima. A comparação constante com influenciadores e amigos, que muitas vezes exibem vidas editadas e irreais, pode gerar insatisfação pessoal e distorcer a percepção da realidade.

Além disso, o fenômeno da economia da atenção* faz com que plataformas como TikTok, Instagram e YouTube sejam projetadas para manter os usuários conectados o máximo possível. Esse tempo excessivo nas redes pode interferir no sono, na produtividade escolar e na capacidade de estabelecer conexões reais no mundo offline.

A minissérie Adolescência retrata esses efeitos de maneira impactante, mostrando como a dependência digital e a exposição a conteúdos manipulativos podem levar a crises emocionais e até mesmo a comportamentos autodestrutivos. O alerta da série reforça a necessidade de estabelecer um uso mais consciente da tecnologia e criar ambientes saudáveis para o desenvolvimento juvenil.

 

*Economia da atenção” refere-se a um conceito contemporâneo que descreve como a atenção humana se tornou um recurso escasso, valioso e altamente disputado, especialmente no ambiente digital. Na prática, as plataformas digitais (como TikTok, Instagram e YouTube) competem ferozmente para capturar e manter a atenção dos usuários pelo maior tempo possível, pois quanto mais tempo

  • Quanto mais tempo o usuário permanece na plataforma, maior é a exposição a anúncios;
  • Maior tempo de uso = maior lucro para a plataforma (via publicidade, coleta de dados etc.);
  • Os algoritmos são projetados para entregar conteúdos altamente envolventes, que dificultam a desconexão voluntária.

 

Como Proteger Nossos Filhos e Alunos?

Diante desses desafios, é essencial que pais e educadores adotem estratégias para proteger os jovens e orientá-los sobre o uso seguro e responsável da internet. Algumas ações incluem:

  1. Monitorar o tempo de tela: Estabeleça limites para o uso de redes sociais e incentive atividades offline.
  2. Conversar sobre os perigos da internet: Explique os riscos da radicalização online, da exposição a conteúdos violentos e da comparação excessiva nas redes.
  3. Ficar atento a mudanças de comportamento: Se um jovem se tornar mais agressivo, isolado ou interessado em conteúdos violentos, pode ser um sinal de alerta.
  4. Criar um ambiente de diálogo aberto: Os adolescentes precisam sentir que podem compartilhar suas dúvidas e preocupações sem medo de julgamento ou punição.
  5. Incentivar um pensamento crítico: Ensine os jovens a questionar informações e reconhecer conteúdos manipulativos.

A internet é uma ferramenta poderosa, mas sem o devido acompanhamento, pode se tornar um ambiente perigoso para crianças e adolescentes.

É fundamental que pais, professores e a sociedade como um todo estejam atentos aos sinais e atuem de maneira preventiva. Somente através da educação, do diálogo e do monitoramento responsável podemos garantir que nossos jovens naveguem pela internet de forma segura e consciente.

A minissérie Adolescência, disponível na Netflix, é um alerta valioso para pais e educadores sobre os desafios da juventude no ambiente digital. Assistir à série pode ser um primeiro passo para entender melhor essa realidade e iniciar conversas importantes com os jovens.

Se você deseja saber mais sobre o impacto das redes sociais na juventude e como criar um ambiente digital mais seguro para seu filho ou aluno, continue acompanhando nosso blog e siga nossas redes sociais para mais conteúdos sobre o tema.

 

Fontes:

(1) https://www.rsph.org.uk/our-work/campaigns/status-of-mind.html

(2) Twenge, J. M., W. Keith Campbell, W. K. (2018). Associations between screen time and lower psychological well-being among children and adolescents: Evidence from a population-based study. Preventive Medicine Reports, vol. 12, 271-283, https://doi.org/10.1016/j.pmedr.2018.10.003. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2211335518301827

(3) Keles, B., McCrae, N., & Grealish, A. (2020). A systematic review: The influence of social media on depression, anxiety and psychological distress in adolescents. International Journal of Adolescence and Youth, 25(1), 79–93. https://doi.org/10.1080/02673843.2019.1590851