A escola é o lugar idôneo para um trabalho educacional de prevenção do uso de drogas, pois faz uma ligação entre família, sociedade, cultura e profissão. Considerando-se que hoje a média de idade da iniciação do consumo de drogas está em torno dos 12 anos e que o tráfico encontra nas proximidades da escola sua melhor clientela: jovens e crianças desinformadas, cheios de sonhos, ideais, sempre cobrados e afetivamente carentes e instáveis, isto os torna alvos fáceis de certo tipo de conversa amigável e sedutora.
Na realidade escolar não é diferente podendo-se, não raramente, encontrar tanto drogas lícitas como ilícitas dentro de salas de aulas com crianças e adolescentes, e isso só vem dar ênfase na necessidade de se trabalhar a prevenção às drogas no ambiente educacional.
Em seu livro(1), o autor Murad argumenta que “alguns diretores de escolas e professores têm procurado negar a existência do abuso de drogas em seus estabelecimentos, mas os alunos raramente negam”. Isto nos remete ao fato de que não apenas os alunos utilizam drogas dentro da escola, mas também os educadores (por exemplo, professores e funcionários que fumam durante o intervalo das aulas). Como cobrar os alunos se os próprios educadores não são orientados?
Vale aqui ressaltar que existe a Lei Estadual nº. 7.599, de 27 de Dezembro de 2001, que no seu Art. 1º traz que: “fica proibida a prática do fumo em escolas públicas e particulares; de educação infantil; ensino fundamental, ensino médio e técnico e estabelecimentos congêneres, inclusive cursos diversos, onde seja preponderante a presença de criança e adolescentes”.
Murad((1) complementa: “Antes de educar nossos filhos, precisamos educar nossos mestres” (p.121). Isso não quer dizer que o professor deva ser perfeito como ser humano, mas que seja exemplo para os alunos em seu local de trabalho. Policiando-se com seus vícios, pois ali, naquele ambiente, são exemplos de muitas crianças e adolescentes que sonham, talvez, serem como eles (professores).
Em relação a isso, Santos(2) discute que “nossa experiência comprova que a prevenção moderna ao uso indevido de drogas segue a trilogia: amor, bom senso e informação.” (p.80). E que a maior dificuldade de prevenção resiste na filosofia dos adultos que fazem uso abusivo de drogas legais e que querem que as crianças entendam que o importante é fazer o certo e ter eles como exemplo do que não se deve fazer.
O intuito da prevenção no ambiente escolar deve ser trabalhar a prevenção primária, ou seja: “evitar, chegar antes”. A abordagem dentro das escolas deve ser no sentido de fornecer informações e orientações para melhores escolhas, sensibilização e valores de vida, já que o assunto envolve, vida, saúde, família, religião, cultura, sentimentos e aprendizados.
Ao trabalharmos a educação preventiva, não devemos deixar que este se restrinja à sala de aula, mas que seja passado a toda instituição, família e sociedade, visto que este é um problema social e merece ser mais debatido.
Deve-se parar de tratar as drogas com medo e como apenas uma curiosidade de adolescente. Prevenção e diálogo devem andar sempre juntos pois ainda são os melhores caminhos para se evitar danos futuros.
Enfim, trabalhar ou discutir a prevenção de drogas não é uma tarefa fácil, porém é necessária. Quebrar barreiras, tabus e ideias preconcebidas, é o primeiro passo, trazer novos conhecimentos e informações certas aos nossos alunos é o primordial, o que resta é entender, melhorar e buscar novas iniciativas sempre.
Fontes:
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-prevencao-questao-drogas-nas-escolas.htm
(1) MURAD, José Elias. Drogas: o que é preciso saber. Programa nacional Biblioteca do Professor, MEC – FAE. 5º ed. Belo Horizonte – MG: Lê. 1994.
(2) SANTOS; Rosa Maria Silvestre. Prevenção de drogas na escola: uma abordagem psicodrámatica. 4º ed. Campinas – São Paulo: Papirus, 1997. 2004