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Arquivos Uso - Blog Freemind https://freemind.com.br/blog/tag/uso/ Blog Freemind e Issup Brasil Fri, 22 May 2020 16:21:30 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://freemind.com.br/blog/wp-content/uploads/2021/09/Freemind-Fiveicon.png Arquivos Uso - Blog Freemind https://freemind.com.br/blog/tag/uso/ 32 32 Organizações lançam Campanha #VapeVicia #VapeMata https://freemind.com.br/blog/fundacao-cancer-act-amb-sbpt-e-outras-instituicoes-da-area-de-saude-divulgam-nota-sobre-pesquisa-francesa-que-defende-o-uso-da-nicotina-no-combate-ao-novo-coronavirus/ https://freemind.com.br/blog/fundacao-cancer-act-amb-sbpt-e-outras-instituicoes-da-area-de-saude-divulgam-nota-sobre-pesquisa-francesa-que-defende-o-uso-da-nicotina-no-combate-ao-novo-coronavirus/#respond Fri, 22 May 2020 16:21:30 +0000 https://freemind.com.br/blog/?p=1395 Fundação do Câncer, ACT, AMB, SBPT e outras instituições da área de saúde divulgam nota sobre pesquisa francesa que defende o uso da nicotina no combate ao novo coronavírus Organizações lançam campanha #VapeVicia e alertam que fumantes, usuários de cigarros eletrônicos e narguilés têm quadro agravado quando contaminados pelo Covid-19 A Organização Mundial da Saúde […]

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Fundação do Câncer, ACT, AMB, SBPT e outras instituições da área de saúde divulgam nota sobre pesquisa francesa que defende o uso da nicotina no combate ao novo coronavírus

Organizações lançam campanha #VapeVicia e alertam que fumantes, usuários de cigarros eletrônicos e narguilés têm quadro agravado quando contaminados pelo Covid-19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para ampliação do risco de contágio por COVID-19 entre fumantes, usuários de cigarros eletrônicos e narguilés. Embora as pesquisas sobre o assunto ainda sejam recentes, análise das mortes entre pacientes chineses com diagnóstico de pneumonia associada ao novo coronavírus identificaram chances de progressão da doença 14 vezes maior entre fumantes. O levantamento vai de encontro à pesquisa francesa, que defende o uso da nicotina no combate ao novo coronavírus. O estudo em questão, que não foi revisado por pares e não faz referência a aprovação por nenhum comitê de ética em pesquisa, levou sete instituições renomadas em saúde a assinar nota técnica. Para as instituições, é “precoce e arriscado afirmar qualquer potencial fator protetor da nicotina para o SARS-CoV-2”, diz a nota. Veja a nota técnica completa.

Já a pesquisa chinesa, realizada em 55.924 casos confirmados em laboratório no país asiático, revelou, ainda, que a taxa de mortalidade é muito maior por Covid-19 entre doentes com doenças respiratórias crônicas, câncer, problemas cardíacos, diabetes e hipertensão.

De acordo com a OMS, fumantes têm maior vulnerabilidade à doença, pois a porta de entrada para o vírus são as mãos, a boca, o nariz e os olhos.

“O ato de fumar, em que o usuário segura o cigarro com os dedos e leva em contato com os lábios, aumenta a possibilidade da transmissão do vírus para a boca. Sem falar que o tabagismo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão e, além de reduzir a capacidade pulmonar, eleva as chances de complicações pela virose”, alerta Luiz Augusto Maltoni Jr, diretor executivo da Fundação do Câncer.

O especialista enfatiza, ainda, que o uso do narguilé é perigoso por envolver o compartilhamento de bocais e mangueiras entre várias pessoas, o que também pode acelerar a transmissão do COVID-19.

“Condições que aumentam as necessidades de oxigênio ou reduzem a capacidade do corpo de usá-lo adequadamente colocam os pacientes em maior risco de doenças pulmonares graves, como pneumonia. Vale lembrar que as doenças respiratórias associadas ao tabagismo, como a Evali, causada pelo uso de cigarros eletrônicos, ampliam os riscos de complicações pelo novo coronavírus“, afirma o cirurgião oncológico e diretor executivo da Fundação do Câncer.

Campanha #vapevicia

A ACT Promoção da Saúde, a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Fundação do Câncer estão lançando uma campanha em redes sociais sobre os perigos dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs).

Intitulada #VapeVicia, a campanha tem como conceito o potencial destrutivo da combinação de dois vícios: em tecnologia e em nicotina. A intenção é mostrar que as inovações empregadas nesses dispositivos eletrônicos são uma armadilha usada pela indústria do cigarro para conquistar novos fumantes.

Para Maltoni Jr. a união das três entidades vem reforçar a importância do combate ao fumo, já que um estudo do Instituto Nacional de Câncer verificou que o país gasta cerca de R$ 57 bilhões ao ano com despesas médicas e de perda de produtividade relacionadas a doenças provocadas pelo fumo. De acordo com o estudo, o país arrecada R$ 13 bilhões de tributos por ano com a indústria do tabaco, o que significa que há um rombo de pelo menos R$ 44 bilhões para o sistema de saúde brasileiro. Todos os dias, 428 pessoas morrem devido ao tabagismo no país.

Para a AMB, “esses novos produtos encobrem, numa nuvem de vapor, sérios riscos às políticas de controle do tabaco, não só pela predisposição à renormalização do tabagismo, estímulo à iniciação e recaída pela falsa percepção de segurança, mas também um aumento sem precedentes de doenças tabaco relacionadas causadas pelo cigarro acrescidas da contribuição dessas novas tecnologias para fumar. Num cenário onde o SUS e a Saúde Suplementar lidam com o desafio de enfrentamento dos altos custos da pandemia do coronavírus seria uma insensatez a liberação desses produtos”, destaca Alberto Araújo, presidente da Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB.

“Os DEFs também viciam e causam doenças e mortes, por isso o alerta de nossa campanha. A novidade tecnológica atrai para a experimentação, mas depois aprisiona para o consumo, assim como outros produtos para fumar”, destaca Mônica Andreis, Diretora Executiva da ACT Promoção de Saúde.

Veja o que diz a campanha:

 A Indústria do Tabaco quer falar sobre o cigarro eletrônico no Brasil. Ótimo, então vamos começar falando a verdade.

A PRINCIPAL VERDADE É QUE A INDÚSTRIA DO TABACO PERCEBEU QUE PODE USAR VAPORIZADORES PARA FAZER CRIANÇAS E ADOLESCENTES EXPERIMENTAREM A NICOTINA – E SE VICIAREM.

Nos Estados Unidos, segundo o Centers for Disease Control and Prevention, o número de estudantes de ensino fundamental e médio que usam cigarros eletrônicos aumentou em 1,8 milhão em apenas um ano – de 3,6 milhões em 2018 para 5,4 milhões em 2019. Os usuários já são 27,5% dos estudantes de ensino médio.(Centers for Disease Control and Prevention).

E essa não é a única verdade a ser dita, temos outras.

“Vapes”, “vaporizadores” ou “dispositivos eletrônicos para fumar” englobam cigarro eletrônico e tabaco aquecido que, muitas vezes, para melhorar o gosto e aumentar o consumo, ganham sabores e adoçantes, facilmente adicionados aos cartuchos de tabaco, e nicotina.

A tecnologia não invalida a possibilidade do usuário ter a saúde prejudicada, especialmente por problemas pulmonares. Segundo a Associação Americana do Coração (American Heart Association), os cigarros eletrônicos também contêm substâncias nocivas para a saúde e associadas com doenças.

Os vaporizadores também são responsáveis pelo aparecimento de uma nova condição que provoca lesões no pulmão e pode levar à morte. Essa síndrome já tem um nome: Lesão Pulmonar Associada a Produto de Vaping ou Cigarro Eletrônico, conhecida como Evali (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury). Cigarros convencionais, narguilés e dispositivos eletrônicos para fumar também aumentam os riscos para a Covid-19, com agravamento do quadro pulmonar, além do fato de que fumantes podem ser mais acometidos por infecções respiratórias por outros vírus e bactérias.

O fato é que a indústria do cigarro quer convencer a opinião pública, os pais e as autoridades brasileiras que os vaporizadores fazem menos mal que o cigarro convencional, para ter a comercialização liberada no Brasil.

Mas a realidade é que o cigarro eletrônico ou de tabaco aquecido não afasta os fumantes do fumo – ao contrário, pode ser usado para atrair novos consumidores.

É uma tecnologia que vicia e mata. Por isso, não podemos permitir que seja liberada para ser comercializada. Simples assim.

Participe. Acesse e compartilhe as peças da campanha nas redes sociais e marque a Anvisa – órgão responsável pela liberação e fiscalização de produtos de tabaco no Brasil – nas postagens.

Para saber mais, acesse o hotsite da campanha: vapemata.org.br.

Fonte:

https://www.cancer.org.br/blog/fundacao-do-cancer-act-amb-sbpt-e-outras-instituicoes-da-area-de-saude-divulgam-nota-sobre-pesquisa-francesa-que-defende-o-uso-da-nicotina-no-combate-ao-novo-coronavirus/

Nota Técnica completa:

https://cancer.org.br/wp-content/uploads/2020/04/Nota_ACT_2404.pdf 

Nota_ACT_2404

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Estudo trata perfil dos frequentadores da Cracolândia no centro de São Paulo https://freemind.com.br/blog/estudo-trata-perfil-dos-frequentadores-da-cracolandia-no-centro-de-sao-paulo/ https://freemind.com.br/blog/estudo-trata-perfil-dos-frequentadores-da-cracolandia-no-centro-de-sao-paulo/#respond Thu, 20 Feb 2020 13:57:05 +0000 http://freemind.com.br/blog/?p=1186 No dia 03 de fevereiro de 2020 foram divulgados dados de uma pesquisa realizada pela Unidade de Pesquisas de Álcool e Drogas (UNIAD), da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e que mapeou o perfil dos frequentadores em 2016, 2017 e 2019. Esse levantamento foi realizado em quatro momentos diferentes: em maio de 2016, maio […]

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No dia 03 de fevereiro de 2020 foram divulgados dados de uma pesquisa realizada pela Unidade de Pesquisas de Álcool e Drogas (UNIAD), da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e que mapeou o perfil dos frequentadores em 2016, 2017 e 2019.

Esse levantamento foi realizado em quatro momentos diferentes: em maio de 2016, maio de 2017, junho de 2017 e em outubro de 2019.

Os resultados foram obtidos através de métodos mistos. Para a investigação do perfil, foram realizadas entrevistas com uma amostra obtida pelo método “tempo-localização”, que consiste na determinação dos perímetros de ocupação da população e seleciona os participantes em uma varredura em dias e horários aleatórios.

De acordo com os pesquisadores, o método possibilita que os dados colhidos sejam representativos de toda a população alvo.

A contagem populacional foi feita com dias e horários aleatórios. Já o estudo complementar para determinar os aspectos econômicos da obtenção da droga, envolveu a entrevista de 30 usuários selecionados através de amostragem por conveniência.

As estimativas do tamanho da população são realizadas desde 2016 utilizando uma metodologia desenvolvida especialmente para contabilizar o número médio de frequentadores da região, levando em consideração as variações na ocupação do território e flutuações da concentração de usuários em diferentes dias e horários.

Os resultados da metodologia a fizeram ser replicada em outras capitais do país, passando então a ser chamado de “Levantamento das Cenas de Usos de Capitais” (LECUCA).

“Devido ao cenário extremamente complexo apresentado na Cracolândia, que é constituída por uma população flutuante e também varia quanto aos espaços que frequenta, tivemos que utilizar metodologias igualmente complexas, que permitissem que os dados obtidos de fato representassem toda a diversidade dos indivíduos que vivem no local”, finaliza a pesquisadora responsável pelo estudo, Clarice Sandi Madruga.

Em entrevista à Rádio CBN SP, Clarice Madruga responde a perguntas sobre o estudo (que pode ser acessado na íntegra aqui). Veja trechos da entrevista:

CBN: É possível falar que um dia a Cracolândia vai acabar?

 Clarice Madruga: Um grande erro que a gente comete quando não está inserido no contexto, é enxergar esses usuários como se fossem uma única população, uma população homogênea, quando na verdade não são.

Um dos fatos mais interessantes que a pesquisa mostrou é que a maioria dos usuários vieram de suas próprias casas, de suas famílias. Eles tinham um passado onde já trabalharam e já estudaram. Então, é uma proporção pequena de pessoas que já eram vulneráveis antes do contexto da dependência química. Isto quebra um pouco muitos preconceitos que temos de achar que é tudo uma questão social e que, se oferecermos este amparo social unicamente, tudo será resolvido. É claro que não!

Precisamos pensar que a dependência química é uma doença crônica, gravíssima, dificílima de tratar e que são necessárias ações combinadas para isso – nunca só saúde ou só social. Sempre uma combinação de todos esses.

Outro aspecto importante revelado pela pesquisa mostra que, dentro da diversidade desta população tão heterogênea, existe uma proporção muito acessível a qualquer abordagem. Tanto que, durante as entrevistas, os próprios entrevistadores, muitas vezes, encaminhavam as pessoas para procurar algum tipo de ajuda.

 Então, existia esta vontade latente de ser ajudado, de sair de lá, mas ao mesmo tempo existe uma proporção grande de pessoas que estão lá há mais de 5 anos, que vão e que voltam e que tem a cracolândia como a sua grande referência social. As abordagens encontram sedes como essa da população que está lá.

 CBN: A maioria quer e pede ajuda. Há quantos anos existe a cracolândia?

 Clarice Madruga: Ela tem registro desde 1980.

CBN: Podemos dizer, então, que até agora nenhuma política pública foi eficaz neste sentido? Porque a gente só vê ela aumentando…

Clarice Madruga: Então, essa percepção é perigosa, porque de fora a gente tem essa impressão, realmente. É como se fosse uma torneira aberta: essa proporção que está realmente motivada tende a ser bem-sucedida e entrar no fluxo das ações que existem lá. Então, as ações funcionam sim, mas apenas para uma proporção desta população e não para 100%. O que o estudo mostrou é que tem mais ou menos um terço que está saindo, mas tem um terço sempre chegando.

Desde 2016 existem estes picos em que a população chega a 1500, 1800 pessoas, baixa depois de alguma operação, volta a 400/500 usuários lá. E o que se nota quando tem poucas pessoas é que a maior parte é de novos usuários. Então, não é que são os mesmos voltando para lá. O que acontece é que a torneira não fecha. Não tem ação de prevenção, de amparo ou apoio suficientes para as famílias poderem tratar os seus familiares da dependência, o que acaba os desconectando, desligando das famílias, perdendo seus vínculos sociais e indo para a cracolândia.

 É muito perigoso pensar que nada que se tem feito está funcionando, porque está, sim! Se não estivesse funcionando, a cracolândia estaria aumentando um terço todo ano. Então não podemos pensar que vamos resolver este problema sem ações, de verdade, com prevenção e amparo para tratamentos.

CBN: Um ponto muito interessante da pesquisa, embora tenha um fluxo que vai mudando, é que um pouco mais de 40% estão há mais de 5 anos lá. Desta forma, quase metade desta população está morando lá na cracolândia.

Clarice Madruga: Este é um desafio gigante, exatamente por isso: as pessoas têm a cracolândia como a sua referência social, sua rede está lá e, embora seja tão insalubre aquele contexto, esta é a referência de muitas pessoas e, de fato, ali é o único local onde elas tiveram um papel na sociedade: tem aquele que faz o churrasco, outro que dança, outros que fazem a arte e pedem nos faróis. Então, existe sim uma identidade social lá dentro, o que não quer dizer que precise ser modificada a forma de estar lá.

 Não dá para comparar a cracolândia com cenas de uso de outros países, por exemplo, onde a droga utilizada é a heroína, uma droga sedativa. O crack é um estimulante e, por isso, as pessoas não conseguem parar de caminhar. Jamais se conseguiria colocar estes usuários dentro de um único ambiente.

CBN: Essa pesquisa chegou a analisar o índice de morte dessas pessoas que frequentam a cracolândia?

Clarice Madruga: Existe um estudo do Dr. Marcelo Ribeiro na UNIAD que mostra o acompanhamento dos usuários de crack através dos anos, entendendo como funciona a mortalidade dos usuários. É interessante, antes de tudo, quebrar uma concepção de que o crack tem um aumento de chance de morte por overdose: isto não é verdade. A morte por overdose tem muito mais relação com a cocaína aspirada e com outras drogas do que com o crack, que é fumado.

O que está ampliando esta mortalidade que já é alta, são outros fatores, principalmente a violência (na maioria das vezes, o usuário que está neste contexto deve muito dinheiro para o traficante, o que inclusive até o impossibilita de sair da cracolândia) e também as doenças sexualmente transmissíveis (é mais comum o usuário ter uma mortalidade aumentada decorrente de casos de sífilis e doenças sexualmente transmissíveis como um todo).

 A pesquisa detectou isso, no sentido de entender como funciona a manutenção dos tratamentos para aquela população que, por um período, foi muito presente (o índice de pessoas que foram tratadas para sífilis, HIV e para hepatite é maior do que muitos países ao redor do mundo com cenas parecidas).

Temos um sucesso na abordagem nas cenas de uso, com as ações públicas para que os usuários fizessem e mantivessem o tratamento (é um desafio gigante fazer com que os usuários mantenham o tratamento).

O tratamento mais bem-sucedido e levado até o final é o da sífilis, pois é um tratamento rápido. Já o HIV não é tão simples, pois demanda uma manutenção contínua e requer que todos os serviços de saúde tenham isso como prioridade: identificar os positivos, abordar os usuários e fazer um trabalho de motivação para que eles iniciem o tratamento (todos tem depressão altíssima e pensamentos suicidas, o que torna mais desafiante o problema).

CBN: Podemos citar alguns números desta pesquisa: 49% dos usuários fizeram exame para tuberculose no último ano e quase 13% resultaram positivo. 8 usuários fizeram teste para sífilis e resultou 63% positivos. Na saúde mental, automutilação – 41%. 58% o quadro de psicóticos entre os que frequentam a cracolândia. Quase 40% são as tentativas de suicídio.

CBN: Chama a atenção o valor de R$ 192,00 por dia gasto por cada usuário na região e por mês circulam por lá 9,7 milhões de reais. O que os usuários dizem sobre a origem deste dinheiro?

Clarice Madruga: A mídia distorceu um pouco estas informações. Temos um estudo econômico paralelo que foi feito com uma amostra de apenas 30 usuários, porque são dados muito sensíveis e não seria possível conseguir isto com toda a amostra da pesquisa que acontece todo ano, no método com que ela é feita. O que se descobriu é que tem uma proporção enorme que consegue este dinheiro através de outra fonte de renda: pedir no farol e/ou nas estações e reciclagem (por isso a cracolândia parece tão suja: eles levam este material para fazer triagem e ver o que tem valor para vender ou trocar por drogas). O roubo entra como fonte de renda, mas não é a principal fonte. O valor de R$ 192,00 por dia é o valor médio. Alguns gastam muito mais.

CBN: Em outros lugares do mundo que também tem cracolândias, o que foi feito para reduzir e não ter esta dimensão que tem em São Paulo?

Clarice Madruga: As experiências em que podemos nos inspirar tem a ver com centros que fazem esta combinação ideal entre saúde e amparo social. Precisamos sempre pensar que haverá uma proporção que não possui mais uma família que possa ser resgatada e estes precisarão de amparo social a longo prazo – não adianta achar que atendimento ambulatorial somente vai resolver, porque eles não têm nem onde dormir à noite. Então, é preciso pensar no social, com uma cama para dormir e com o resgate dessas coisas mais básicas como tomar banho, tomar café da manhã.

CBN: Os EUA e a Inglaterra estão levando as pessoas que são presas por furtos e roubos para comprar drogas para um tratamento, ao invés de irem para as prisões. O que a senhora acha desta iniciativa?

Clarice Madruga: Muitas pessoas que estão nas penitenciárias foram presas não só por estarem portando ou traficando drogas ilícitas, mas também roubando ou cometendo algum crime para conseguir o dinheiro para consumo. Então, fazer ações de saúde que tratem e que façam esse resgate de reinserção social enquanto essas pessoas estão detidas é uma estratégia maravilhosa e que precisamos considerar, antes mesmo de pensar em mudar qualquer legislação. É preciso atender a população carcerária, identificar aqueles que precisam de atendimento e aproveitar esta oportunidade para que haja alguma ação de saúde.

CBN: Ainda em relação à pesquisa e o que levou a pessoa a começar a frequentar a região, em primeiro lugar, 31% respondeu que é porque lá tem droga. Mas porque as drogas chegam lá? Porque o estado não consegue controlar as drogas? É possível a polícia controlar a chegada de drogas na cracolândia?

Clarice Madruga: O que tenho percebido é que a polícia está fazendo o que consegue. As ações não acabam e acho que tem que ser mais estratégica. É muito difícil conseguir reprimir a entrada de drogas na cracolândia. Enquanto estivermos olhando só a cracolândia, não vai ser efetivo. Precisamos pensar em ações de segurança muito mais estratégicas e muito mais amplas. Acho que é isso que está fazendo falta.

Fontes: http://m.cbn.globoradio.globo.com/media/audio/290107/cracolandia-acaba-sendo-referencia-social-de-quem-.htm?fbclid=IwAR02QlQ9r1C7VLxKbEX8MN9qHq8ib2VE0TLK4DmpQuuY14NHwDrYsO81nm8

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/02/03/metade-dos-frequentadores-da-cracolandia-compra-droga-com-dinheiro-de-roubos-aponta-pesquisa.ghtml?fbclid=IwAR04YAKplF9OZbVUWmeCfimeyjX_KmDrTMLY6UE8ekHylqTm5EKS8Fqm-_o

 

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Deputado do Mato Grosso do Sul propõe medidas de prevenção ao uso de drogas em universidades https://freemind.com.br/blog/deputado-do-mato-grosso-do-sul-propoe-medidas-de-prevencao-ao-uso-de-drogas-em-universidades/ https://freemind.com.br/blog/deputado-do-mato-grosso-do-sul-propoe-medidas-de-prevencao-ao-uso-de-drogas-em-universidades/#respond Wed, 20 Nov 2019 14:00:49 +0000 http://freemind.com.br/blog/?p=1051 As universidades particulares e públicas de Mato Grosso do Sul poderão criar órgãos colegiados para discutir, planejar e implementar campanhas de prevenção ao uso de drogas ilícitas em todo o campus universitário. É o que prevê Projeto de Lei de autoria do deputado Marcio Fernandes, apresentado durante a sessão ordinária realizada no dia 30 de […]

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As universidades particulares e públicas de Mato Grosso do Sul poderão criar órgãos colegiados para discutir, planejar e implementar campanhas de prevenção ao uso de drogas ilícitas em todo o campus universitário. É o que prevê Projeto de Lei de autoria do deputado Marcio Fernandes, apresentado durante a sessão ordinária realizada no dia 30 de outubro.

Conforme a proposta, o colegiado deverá ser composto por representantes discentes, docentes e servidores da universidade. As campanhas deverão considerar as drogas ilícitas mais utilizadas na comunidade, a redução dos fatores de risco detectados, os fatores de proteção identificados e as características específicas do público-alvo.

As universidades ficarão encarregadas de promover, na primeira semana de aula após o período de matrículas, atividades educativas para orientar sobre os riscos associados ao consumo de substâncias psicoativas, para aconselhar os acadêmicos e realizar avaliação psicossocial. As campanhas ainda deverão abordar o desenvolvimento das seguintes habilidades sociais: autoestima, assertividade, resiliência, comunicação, relacionamento, hábitos de estudo, resolução de problemas sociais, autocontrole e estanqueidade de violência.

Nos casos detectados como grupo vulnerável, a direção da universidade deverá dar atenção psicossocial e priorizar a participação em atividades esportivas, culturais e em programas de socialização. “O ingresso na universidade representa o transpasse da adolescência para vida adulta. É um período de aquisição de novos conhecimentos, não apenas acadêmicos, mas também experiências sociais, afetivas e pessoais.

Neste momento, o estudante pode estar exposto à exacerbada vulnerabilidade que propicia grande risco para experimentação, uso e abuso de drogas. Portanto, é necessária a intervenção do Estado com medidas para coibir o uso de substâncias ilícitas”, destacou o deputado. Marcio disse ainda que há um consenso no meio científico de que o uso e abuso de substâncias psicotrópicas é multifatorial. “Os principais fatores envolvidos são curiosidade, obtenção de prazer, influência do grupo, pressão social, baixa autoestima e dinâmica familiar. Por isso, é imprescindível a implantação de políticas de prevenção”.

Fonte: Diário Digital

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Adolescência e o Álcool https://freemind.com.br/blog/adolescencia-e-o-alcool/ https://freemind.com.br/blog/adolescencia-e-o-alcool/#respond Wed, 07 Aug 2019 14:45:04 +0000 http://freemind.com.br/blog/?p=923 O que é o álcool? O álcool é uma substância psicotrópica legalizada, sendo a mais usada por adolescentes no Brasil e no mundo. O consumo nesse grupo é preocupante, tanto por sua maior tendência à impulsividade quanto pelo prejuízo ao desenvolvimento cerebral, o que causa repercussões na vida adulta. Além disso, a ingestão tende a […]

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O que é o álcool?

O álcool é uma substância psicotrópica legalizada, sendo a mais usada por adolescentes no Brasil e no mundo. O consumo nesse grupo é preocupante, tanto por sua maior tendência à impulsividade quanto pelo prejuízo ao desenvolvimento cerebral, o que causa repercussões na vida adulta.

Além disso, a ingestão tende a ocorrer em conjunto com outros fatores danosos para a saúde, como o uso de tabaco e de drogas ilícitas, além de comportamentos sexuais de risco. Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda a proibição do consumo de álcool por menores de 18 anos, com a decorrente fiscalização dessa medida em todo território nacional.

Por quais motivos os adolescentes utilizam álcool e outras drogas?

A adolescência é uma importante fase de mudanças biológicas, cognitivas e psicossociais que impulsionam a diversas vivências, incluindo a experimentação de drogas. Os motivos que levam ao uso dessas substâncias são diversos e complexos.

Alguns estão relacionados à sensação juvenil de onipotência, por desafio à estrutura familiar e social, à curiosidade e impulsividade: outros pela pressão e necessidade de aceitação pelos pares e busca de novas experiências, ou até mesmo por baixa autoestima.

Como se inicia a relação álcool-adolescente?

Os adolescentes constituem grupo de risco peculiar em dois aspectos principais: época de início do consumo e a forma como bebem. A precocidade da ingestão é um dos fatores preditores mais relevantes quanto menor a idade de início, legalizada ou não, maiores as possibilidades de se tornar um usuário contumaz ou dependente ao longo da vida.

Ou seja, o consumo antes dos 16 anos aumenta significativamente o risco de beber em excesso na idade adulta, em ambos os sexos. Quanto à forma de beber, se dá de maneira intensa e única, ou seja, cinco ou mais doses na mesma ocasião.

Quanto ao estímulo ao consumo, os jovens apontam curiosidade, diversão e prazer, a influência de amigos ou namorado (a) ou pelo alívio do estresse diário. No entanto, deve ser destacado que, além dos impactos futuros, esse hábito pode implicar em situações negativas imediatas, como acidentes de trânsito e traumatismos, homicídios, suicídios e acidentes com armas de fogo, bem como mudanças de comportamento, perda de rendimento escolar, conflitos familiares, entre outros.

Como deve ser feita a prevenção?

Na prevenção primária, a divulgação de informações é o meio mais conhecido e utilizado, não utilizando o temor, mas a valorização da vida como eixo central. No entanto, o conhecimento em si não é suficiente para mudar o comportamento dos adolescentes.

Para tanto, têm sido usados outros modelos, como fortalecimento de atitudes saudáveis, promoção de atividades esportivas e culturais, modificação do ambiente e sensibilização de líderes juvenis com o objetivo de que se tornem multiplicadores junto a seus pares.

As prevenções secundária e terciária envolvem orientação familiar no tratamento e reinserção dos adolescentes dependentes do álcool no meio familiar, educacional e social. Embora exista uma política pública integrada, mesmo as iniciativas dos setores de saúde e educação ainda não conseguiram mudar o quadro epidemiológico sobre o problema em questão. Promover a criação de redes de apoio, intensificar a atenção integral à saúde dos adolescentes.

Outra medida de prevenção é o diálogo entre pais e filhos. O tempo certo para isso é variável de cada família, embora na realidade a conversa dependa do grau de exposição à bebida. É preferível que aconteça antes dos 12 anos, idade em que muitos têm o primeiro contato com o álcool.

Melhor que a conversa é o exemplo. Nesta fase, a linguagem não verbal é muito importante, incluindo-se o comportamento dos pais, também. Destaca-se que a prevenção é mais eficaz e de baixo custo que medidas curativas. As estimativas evidenciam que para cada um dólar investido em prevenção ocorre uma economia de até 10 dólares no tratamento para o abuso de álcool ou outra substância.

Fonte: Pediatria para Famílias – https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/adolescencia/adolescencia-e-alcool/

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HU-USP lança o CODAD – Centro de Orientação e Dissuasão do Uso de Álcool e Drogas https://freemind.com.br/blog/hu-usp-lanca-o-codad-centro-de-orientacao-e-dissuasao-do-uso-de-alcool-e-drogas/ https://freemind.com.br/blog/hu-usp-lanca-o-codad-centro-de-orientacao-e-dissuasao-do-uso-de-alcool-e-drogas/#respond Mon, 22 Jul 2019 12:11:28 +0000 http://freemind.com.br/blog/?p=859 Dr. João Paulo Becker Lotufo, palestrante e colaborador do Freemind, em sua coluna semanal na Rádio USP, fala sobre o lançamento do Codad (Centro de Orientação e Dissuasão do Uso de Álcool e Drogas) pelo Hospital Universitário (HU) da USP, no dia 09 de maio de 2019. Ele fala que um dos maiores problemas em relação […]

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Dr. João Paulo Becker Lotufo, palestrante e colaborador do Freemind, em sua coluna semanal na Rádio USP, fala sobre o lançamento do Codad (Centro de Orientação e Dissuasão do Uso de Álcool e Drogas) pelo Hospital Universitário (HU) da USP, no dia 09 de maio de 2019.

Ele fala que um dos maiores problemas em relação a álcool e outras drogas é o altíssimo nível de alcoolismo na população. Por exemplo: 60% dos jovens de 17 anos já experimentaram álcool e, destes, 20% já são dependentes.

Com isso, o HU não consegue dar vazão a essa população que precisa de atendimento, muitas vezes, psiquiátricos. Essa demanda levou à montagem do Codad, que terá um serviço semelhante ao do AA (Alcoólicos Anônimos), com atendimento em grupos ou individuais. Esse é um processo muito semelhante ao que já é realizado no atendimento antitabágico que o Dr. Lotufo coordena.

O atendimento será feito na Ubas todas as quintas-feiras, a partir das 8h00 e a meta é atender usuários de álcool e outras drogas interessados em receber orientações de como lidar com o vício.

A grande novidade é que o Centro terá um espaço reservado para responder às dúvidas de familiares de usuários de álcool. A orientação de como um familiar deve lidar com um ente querido que esteja iniciando ou já faça uso  de substâncias é fundamental para saber lidar com este problema.

 

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A FDA está se preparando para reforçar sua fiscalização do canabidiol https://freemind.com.br/blog/a-fda-esta-se-preparando-para-reforcar-sua-fiscalizacao-do-canabidiol/ https://freemind.com.br/blog/a-fda-esta-se-preparando-para-reforcar-sua-fiscalizacao-do-canabidiol/#respond Sun, 21 Jul 2019 09:00:27 +0000 http://freemind.com.br/blog/?p=845 A Food and Drug Administration (FDA) está se preparando para reforçar sua fiscalização do canabidiol, mais conhecido como CBD – o primo químico não-intoxicante do Tetrahidrocanabinol (THC) que é comercializado como um remédio natural para uma ampla variedade de doenças. Desde o final do ano passado, produtos contendo CBD – de pílulas, óleos e cosméticos […]

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A Food and Drug Administration (FDA) está se preparando para reforçar sua fiscalização do canabidiol, mais conhecido como CBD – o primo químico não-intoxicante do Tetrahidrocanabinol (THC) que é comercializado como um remédio natural para uma ampla variedade de doenças.

Desde o final do ano passado, produtos contendo CBD – de pílulas, óleos e cosméticos a bebidas, doces e até cachorros – proliferaram em todo o país. O boom é em grande parte graças a uma mudança na lei federal em dezembro de 2018 que legalizou o cânhamo, uma variedade de maconha com baixo teor de THC que havia sido categorizada anteriormente com maconha e drogas mais pesadas, como cocaína e heroína.

De acordo com a firma de pesquisa de mercado Brightfield Group, essa mudança abriu portas para a CBD derivada do cânhamo legal e para um mercado que poderia explodir para US $ 22 bilhões até 2022.

Agora, uma ampla seção transversal de pesquisadores médicos, analistas de políticas, especialistas da indústria da maconha e reguladores federais temem que a porta seja aberta um pouco demais. Em 20 de junho, a Câmara dos Deputados aprovou uma emenda a um pacote de projetos de lei que orienta a FDA a criar regulamentações para os produtos da CBD.

A agência já estava presente: em maio, organizou uma audiência durante todo o dia na CBD, onde autoridades interrogaram dezenas de especialistas sobre o que – se houver – da multidão de reclamações feitas sobre a CBD foram apoiadas pela ciência, e como os consumidores podem ter a certeza da qualidade do que eles estão recebendo quando pagam por um produto CBD.

A FDA também disparou uma série de cartas ameaçadoras para as empresas de venda da CBD que a agência alega violar as leis de marketing. Ele está aceitando comentários públicos sobre o possível regulamento da CDB até 16 de julho e já recebeu mais de 2.700. Depois disso, novas regras podem ser seguidas rapidamente.

“Devemos resolver isso em prol da saúde pública”, disse Amy Abernethy, principal vice-comissária da FDA, no Twitter, após a audiência. “Trabalharemos o mais rápido possível para definir um caminho a seguir”.

A CBD é legal?

No nível federal, a CBD agora é legal para produzir quando é derivada de cânhamo cultivado legalmente – não, é claro, da maconha, que continua sendo um narcótico da Tabela 1, isso significa que o governo acredita que tenha um grande potencial para o uso e abuso por parte da população.

O ponto de discórdia é como você o comercializa depois disso. O FDA deixou claro que não é legal comercializar o CBD como um suplemento dietético ou como um aditivo alimentar, e que apenas um produto contendo CBD – Epidiolex, que pode ser usado para tratar certas formas raras de epilepsia infantil – foi aprovado como um medicamento de prescrição.

“A alface é mais regulada que a CBD. Neste momento não há como determinar o que é bom e o que não é. Mas a aplicação dessas regras tem sido escassa. Em vez disso, uma sacola de leis locais preencheu a lacuna: a cidade de Nova York, por exemplo, está prestes a implementar a proibição da CBD em alimentos e bebidas. Autoridades de saúde do estado de Oklahoma recentemente prometeram começar a patrulhar instalações que produzem CBD. Em abril, a polícia de Tampa Bay prendeu uma bisavó na fila da Disney World por carregar uma garrafa de óleo CBD (as acusações foram retiradas mais tarde). E no Aeroporto Internacional de Dallas-Fort Worth, os confiscos de produtos da CBD por agentes de segurança “dispararam”.

Enquanto isso, sem critérios específicos do FDA sobre como o CBD pode e não pode ser usado, os consumidores não têm como garantir se um produto que estão comprando contém CBD, diz Rosemary Mazanet, diretora científica da empresa de maconha medicinal, Columbia Care.

O que a CBD realmente faz?

Por ser federalmente ilegal até recentemente, o CBD não tem sido facilmente acessível a pesquisadores médicos, portanto seus efeitos fisiológicos ainda não são bem compreendidos. Parece estimular o neurotransmissor serotonina, um estabilizador do humor, e pode estimular receptores químicos no sistema nervoso que produzem um efeito calmante.

A evidência mais forte da eficácia do CBD está no tratamento de certas formas de epilepsia. Em um estudo publicado em maio de 2018 no New England Journal of Medicine, pessoas com epilepsia tratadas com CBD relataram uma redução de 40% nas convulsões, em comparação com 17% relatadas por aqueles que receberam um placebo. Esse estudo foi financiado pela GW Pharmaceuticals, uma empresa britânica com escritórios na Califórnia que produz Epidiolex. Steve Schultz, vice-presidente de relações com investidores da empresa, diz que vários outros testes produziram resultados semelhantes, o que abriu o caminho para a droga – que é engolida como líquido – a ser aprovada pela FDA.

Algumas outras aplicações também são promissoras. Um crescente corpo de pesquisa encontrou evidências de que o CBD pode ser útil na mitigação da ansiedade e de certos transtornos psicológicos, incluindo a esquizofrenia. Aplicado à pele, pode ser anti-inflamatório.

“Estamos falando de uma droga que poderia realmente ajudar em determinadas situações e definitivamente deveria ser considerada seriamente”, diz Piomelli.

Quanto à panóplia de alegações mais ambiciosas encontradas às vezes no marketing da CBD – que pode tratar do Alzheimer e Parkinson, retardar o crescimento de tumores cancerígenos, ajudar a reverter vícios e curar a artrite reumatoide, entre outros – o júri ainda está fora.

“Isso não quer dizer que a CBD possa não ter algum papel em algumas dessas condições, mas a evidência está faltando no momento”, diz Igor Grant, diretor do Centro de Pesquisa de Cannabis Medicinal da Universidade da Califórnia-San Diego. Grant diz que a pesquisa é especialmente vaga sobre quais dosagens e mecanismos de entrega – pílula, óleo etc. – são mais eficazes e quais podem ser os possíveis efeitos colaterais: alguns estudos mostraram sinais de que altas doses de CBD podem afetar a função hepática.

Qual é o problema da FDA com a CBD?

Lyndsay Meyer, porta-voz da FDA, recusou um pedido de entrevista, citando o período de comentários públicos, mas disse em um comunicado que “os dados atualmente disponíveis deixam em aberto questões cruciais sobre se esses produtos são seguros ou eficazes. Nossa maior preocupação é a comercialização de produtos que colocam em risco a saúde e a segurança dos consumidores, como aqueles que alegam prevenir, diagnosticar, tratar ou curar doenças graves, como o câncer.”

A FDA deu uma prévia da sua posição em três cartas de advertência enviadas em março, duas para fabricantes de produtos da CBD e uma para uma cadeia de clínicas de dor em New Jersey. Todas as três cartas listam extensos exemplos de alegações de benefícios médicos feitos nos sites e mídias sociais das empresas que “podem não ser substanciadas por evidências científicas competentes e confiáveis”. As cartas também citam produtos que são comercializados como remédios ou suplementos dietéticos sem aprovação da FDA. Ameaçar que, sem mudanças, a FDA busque uma liminar federal e possa obrigar as empresas a reembolsar os clientes.

Todos os três sites que receberam cartas parecem ter removido as alegações médicas duvidosas, embora dois dos três, Diamond CBD, com sede na Flórida, e CBD Pure, com sede em Washington, ainda ofereçam produtos CBD rotulados como suplementos dietéticos (nenhuma empresa respondeu a pedidos de Comente).

A semântica não é a única preocupação da FDA. Estudos recentes descobriram que muitos produtos de CBD no mercado deturpam a concentração de CBD que eles realmente contêm – o que pode ser nenhum deles – ou contêm aditivos alarmantes, incluindo canabinóides sintéticos e o ingrediente do xarope para a tosse, dextrometorfano.

“Estamos tentando fazer a autorregulação, mas sem regulamentação [federal] o que está acontecendo é que as pequenas lojas podem rotular e colocar o que quiserem lá”, diz Justin Blehar, sócio-gerente da produtora da CBD, Genco Pura, com sede na Califórnia.

Um estudo de 2017 na revista JAMA analisou 84 produtos de CBD e descobriu que 42% continham mais CBD do que anunciado e 26% continham menos. O estudo também descobriu que um quinto das amostras continha THC, levantando não apenas um problema legal, mas também o risco de que os usuários pudessem obter alta involuntariamente.

“O nome CBD pode ser usado como uma manobra de marketing”, diz Daniele Piomelli, acrescentando que as concentrações de CBD em muitos produtos comercialmente disponíveis podem estar muito abaixo dos níveis que podem produzir um benefício médico. “O FDA deve ser muito mais agressivo”.

O que vem a seguir para a CBD?

“Não há dúvida de que o FDA vai ser bastante rigoroso na forma como regula esses produtos”, diz John Hudak, que pesquisa a indústria de cannabis na Brookings Institution, não-partidária.

Esse processo provavelmente começará com os fabricantes de produtos CBD, incluindo um exame mais detalhado de onde a CBD está vindo (lembre-se, ainda é ilegal produzir a partir da maconha) e estabelecendo um padrão oficial para sua pureza. O FDA também devem introduzir concentrações máximas, especialmente como aditivo alimentar. Isso pode facilitar um maior acesso ao CBD para pesquisadores médicos, no interesse de responder a algumas das questões de saúde não resolvidas. E pode optar por buscar uma ação legal mais agressiva contra empresas que saem da linha.

O efeito de tudo isso, segundo Hudak, será suavizar as águas para os promissores empreendedores do cânhamo que querem investir em produtos CBD de alta qualidade. Assim, alguns produtos de CBD mais elaborados em breve desaparecerão das prateleiras, ele diz, e esperançosamente, serão substituídos por melhores alternativas legais.

Fontes: UNIDAD e Elemental

https://uniad.org.br/interatividade/noticias/item/25961-a-food-and-drug-administration-fda-est%C3%A1-se-preparando-para-refor%C3%A7ar-sua-fiscaliza%C3%A7%C3%A3o-do-canabidiol

https://elemental.medium.com/the-fda-is-about-to-crack-down-on-shady-cbd-products-765b7f76a882

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Dependência química: os avós contra as drogas https://freemind.com.br/blog/dependencia-quimica-os-avos-contra-as-drogas/ https://freemind.com.br/blog/dependencia-quimica-os-avos-contra-as-drogas/#respond Wed, 10 Jul 2019 11:35:58 +0000 http://freemind.com.br/blog/?p=821 É preciso falar sobre quem assume as responsabilidades da vida de um usuário de drogas em sua ausência, seja por tratamento ou falta de condições pessoais* *Por Ronaldo Laranjeira Sempre faço questão de relembrar que as drogas não afetam apenas a saúde do usuário. O Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos (Lenad Família), conduzido […]

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É preciso falar sobre quem assume as responsabilidades da vida de um usuário

de drogas em sua ausência, seja por tratamento ou falta de condições pessoais*

*Por Ronaldo Laranjeira

Sempre faço questão de relembrar que as drogas não afetam apenas a saúde do usuário. O Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos (Lenad Família), conduzido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas de Álcool e Drogas (INPAD), trouxe um dado alarmante: nos anos de 2012 e 2013, para cada dependente químico, outras quatro pessoas eram afetadas pelo uso de drogas. Isto não é pouco.

Mas quem são essas pessoas? Baseado nesta pesquisa e em décadas de experiência profissional, posso dizer que, em sua maioria, são os familiares mais próximos do dependente químico. Muitas vezes, tratam-se dos pais do usuário que, já adulto, possui inclusive filhos. Com isso, essas pessoas acabam cuidando não apenas de seus próprios filhos, mas também dos netos, assumindo uma responsabilidade gigantesca em uma fase avançada da vida, seja ela no aspecto pessoal ou financeiro.

 Sem apoio

O curioso é que quando pesquisamos sobre políticas de drogas no Brasil, encontram-se poucas estruturas de apoio aos familiares dos dependentes químicos. Em nosso país, são poucos os locais que oferecem algum tipo de suporte público a quem se encontra nesta situação. Imagine a vulnerabilidade à qual são expostos avós e filhos de usuários de drogas em tratamento ou sem condições pessoais que, de uma forma ou de outra, encontram-se temporariamente impossibilitados de cuidar de si mesmo e de suas responsabilidades?

Sem sombra de dúvidas, a família é um dos pilares na luta contra a dependência química. Porém, afetada pelo problema em diversos aspectos, também necessita de apoio do poder público, tanto quanto os próprios usuários. Assim, acolher, orientar e apoiar os familiares de dependentes, oferecendo suporte social e acesso a informações sobre tratamento, palestras, atendimentos individuais e terapia em grupo é tão importante quanto oferecer a reabilitação ao uso de drogas.

Papel de informar

Além disso, existe outro aspecto que deve ser considerado. No caso de avós e familiares mais velhos, por uma série de fatores (que vão desde a formação e valores pessoais até acesso a informação), estamos falando de um público que age como agente intermediário de prevenção, que atua entre o Estado e a população, principalmente na disseminação de informações contra o consumo de entorpecentes. Tal fato reforça a importância de serem criadas estratégias voltadas para minimizar o impacto provocado pela dependência na vida dessas pessoas.

Oferecer recursos para que os familiares do dependente possam obter qualidade de vida minimiza inclusive as chances do desenvolvimento de doenças e até transtornos emocionais, decorrentes do impacto da convivência com o familiar usuário, uma situação que não é simples de ser administrada. No final, tais recursos servirão para preservar as pessoas que, sem querer, se veem envolvidas em uma situação muito complicada, além de serem mais um importante fator para a reabilitação de quem consome drogas. Um efeito cascata em que todos acabam ganhando – usuário, familiares e a própria sociedade.

Fonte: Veja – https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/dependencia-quimica-os-avos-contra-as-drogas/

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O uso de entorpecentes tem levado cada vez mais pessoas aos consultórios psiquiátricos https://freemind.com.br/blog/o-uso-de-entorpecentes-tem-levado-cada-vez-mais-pessoas-aos-consultorios-psiquiatricos/ https://freemind.com.br/blog/o-uso-de-entorpecentes-tem-levado-cada-vez-mais-pessoas-aos-consultorios-psiquiatricos/#respond Fri, 14 Jun 2019 16:46:10 +0000 http://freemind.com.br/blog/?p=790 Substâncias químicas são um recurso usado pela sociedade desde os primórdios da humanidade. Relaxamento, válvula de escape ou cura de doenças: seja qual for a justificativa, o fato é que as drogas estão presentes no nosso dia a dia. O tema é espinhoso. Nem mesmo entre a comunidade médica há consenso sobre efeitos ou sobre […]

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Substâncias químicas são um recurso usado pela sociedade desde os primórdios

da humanidade. Relaxamento, válvula de escape ou cura de doenças: seja qual for a justificativa, o fato é que as drogas estão presentes no nosso dia a dia. O tema é espinhoso. Nem mesmo entre a comunidade médica há consenso sobre efeitos ou sobre o que leva alguém a recorrer a entorpecentes.

O assunto, contudo, tem sido discutido como nunca: as drogas e seus efeitos foram temas de grande parte das palestras do 32º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, realizado em Brasília, em 2014. Além da legalização ou não de substâncias hoje ilícitas, como a maconha, a comunidade médica discute outro ponto importante: quais são os efeitos das drogas no cérebro a longo e a curto prazo?

“Seria impossível detalhar os efeitos de todas as substâncias. Você precisaria de um tratado, não de uma matéria de jornal”, disse Analice Gigliotti, membro do Departamento de Dependência Química da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Fato é que todas têm em comum a ação da dopamina e o sistema de recompensa cerebral (ou sistema mesolímbico dopaminérgico). As drogas liberam dopamina para o chamado núcleo accumbens, estrutura cerebral ligada à sensação do prazer. “O uso contínuo de drogas faz uma regulação para baixo, que chamamos de down regulation, de tal forma que existe diminuição da neurotransmissão dopaminérgica”, detalha a médica. “Isso faz com que a pessoa sinta menos prazer nas coisas em geral e com a própria droga, precisando de doses maiores para obter o mesmo efeito.“

Evolutivamente falando, o mecanismo de recompensa serve para que a ação prazerosa — comer, procurar um lugar quentinho no inverno ou fazer sexo — seja repetida, a fim de preservar a vida. O problema é que a repetição pode fazer com que outras fontes de prazer percam significado, ou seja: só a substância importa. O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp) e especialista em dependência química, explica que isso acontece porque as drogas acabam por subverter o sistema de recompensa, o que ocasionará a disfunção no cérebro.

Para o especialista, a desinformação da mídia e a glamourização das substâncias químicas são outros culpados pelo surgimento do vício. Analice Gigliotti completa: a dependência de substâncias químicas é uma doença social. Há o fator genético e o hábito, que pode passar de pai para filho. “Há famílias inteiras de alcoólatras”, argumenta. “Famílias de pessoas mais impulsivas fazem com que os outros membros da família tenham predisposição maior a experimentar drogas.”

Além do fator biológico, há o psicológico. Indivíduos naturalmente ansiosos, depressivos ou que tenham passado por experiências traumáticas na infância, por exemplo, têm mais tendência a se encantarem por alternativas à realidade. A sociedade entra como o terceiro pilar da procura pelas drogas. “Famílias mais permeáveis ao álcool, por exemplo, aumentam o risco de filhos alcoólatras. Se a pessoa é filha de traficante, vê drogas em casa e tem maiores chances de experimentar.”

“Estamos em um momento delicado, em que há uma diminuição da percepção de risco”, alerta a médica. A prova disso é a quantidade cada vez maior de usuários de drogas em consultórios psiquiátricos. “Não precisa nem de análise estatística.” Quanto mais precoce o início do uso, maiores as chances de a pessoa desenvolver transtornos psiquiátricos associados ao uso, como dependência. Uma pessoa que comece a fumar maconha com 14 anos tem uma probabilidade de 17,4% de desenvolver algum transtorno — o que é preocupante, visto que 62% das pessoas que iniciam o uso de maconha o fazem na adolescência. Alguém que fume diariamente tem uma probabilidade de 35% a 40% de se tornar um dependente.

Sérgio de Paula Ramos, médico, especialista em dependência química e membro da Associação Brasileira de Psicanálise, da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre e da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas, concorda com Analice Gigliotti: a relação com a família influencia bastante na busca pelas drogas. O indivíduo em si, claro, também é determinante. “Na trajetória brasileira de dependência química, ela começa a ocorrer por volta dos 12 anos, com a experimentação do álcool.” O caminho da dependência passa ainda pela maconha (aos 15 anos) e, aos 17 ou 18 anos, pode chegar à cocaína e ao crack.

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2014/11/16/interna_revista_correio,456364/entre-o-prazer-e-a-dependencia.shtml

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O encontro do adolescente com a droga é um fenômeno muito mais frequente do que se pensa https://freemind.com.br/blog/o-encontro-do-adolescente-com-a-droga-e-um-fenomeno-muito-mais-frequente-do-que-se-pensa/ https://freemind.com.br/blog/o-encontro-do-adolescente-com-a-droga-e-um-fenomeno-muito-mais-frequente-do-que-se-pensa/#respond Fri, 24 May 2019 12:49:26 +0000 http://freemind.com.br/blog/?p=756 O uso de drogas é um fenômeno bastante antigo na história da humanidade e constitui um grave problema de saúde pública, com sérias consequências pessoais e sociais no futuro dos jovens e de toda sociedade. A adolescência é um momento especial na vida do indivíduo. Nessa etapa, o jovem não aceita orientações, pois está testando […]

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O uso de drogas é um fenômeno bastante antigo na história da humanidade

e constitui um grave problema de saúde pública, com sérias consequências pessoais e sociais no futuro dos jovens e de toda sociedade.

A adolescência é um momento especial na vida do indivíduo. Nessa etapa, o jovem não aceita orientações, pois está testando a possibilidade de ser adulto, de ter o poder e o controle sobre si mesmo. É um momento de diferenciação em que naturalmente afasta-se da família e adere ao seu grupo de iguais. Se esse grupo, por exemplo, estiver usando drogas, consequentemente ele será pressionado a usar também. Ao entrar em contato com drogas nesse período de maior vulnerabilidade, expõe-se também a muitos riscos. O encontro do adolescente com a droga é um fenômeno muito mais frequente do que se pensa e, por sua complexidade, difícil de ser abordado.

Epidemiologia

Os levantamentos epidemiológicos sobre o consumo de álcool e outras drogas entre os jovens no mundo e no Brasil mostram que é na passagem da infância para a adolescência que se inicia esse uso. Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de três milhões de crianças e adolescentes fumem tabaco. O álcool é usado pelo menos uma vez por mês por mais de 50% dos estudantes das últimas séries do que corresponde ao nosso ensino médio, sendo que 31% chega a se embriagar mensalmente.

Dryfoos* encontrou na população jovem americana (13 a 18 anos) as seguintes taxas de uso de tabaco, álcool e drogas: 12% de fumantes pesados (um maço ou mais ao dia); 15% de bebedores pesados (cinco ou mais doses por dia em três ou mais dias dos últimos 15); 5% fazem uso regular de maconha (20 ou mais dias no último mês); e 30% fazem uso frequente de cocaína (três ou mais vezes no último mês). O uso de drogas varia de acordo com o sexo e, em meninos, esse uso aparece associado com mais frequência à delinquência.

No Brasil, o panorama mudou completamente nas últimas décadas. Até o início da década de 80, os estudos epidemiológicos não encontravam taxas de consumo alarmantes entre estudantes. No entanto, levantamentos realizados a partir de 1987 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre as Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (CEBRID) têm documentado uma tendência ao crescimento do consumo.

Esses levantamentos foram realizados entre estudantes de primeiro e segundo graus em dez capitais brasileiras e também em amostras de adolescentes internados e entre meninos de rua. Em 1997, o CEBRID mostrou que existe uma tendência ao aumento do consumo dos inalantes, da maconha, da cocaína e de crack em determinadas capitais.

No entanto, o álcool e o tabaco continuam de longe a ocupar o primeiro lugar como as drogas mais utilizadas ao longo da vida e no momento atual e com mais problemas associados, como por exemplo, os acidentes no trânsito e a violência.

Um estudo realizado em 1997 pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, avaliou 3.139 estudantes da quinta série do primeiro grau à terceira série do segundo grau de escolas públicas, possibilitando comparar as taxas de uso experimental ao longo da vida com as de uso habitual (últimos 30 dias).

O estudo encontrou um consumo ao longo da vida e nos últimos 30 dias, respectivamente, de 77,7% e 19,5% para álcool; 34,9% e 4,6% para tabaco; 9,2% e 2,8% para inalantes; 7,1% e 1,6% para tranquilizantes; 6,3% e 2,0% para maconha; e 1,9% e 0,6% para cocaína.

A identificação do adolescente de risco em função do uso de álcool ou drogas e a definição do melhor tratamento ainda são assuntos bastante complexos e alvo de muitas discussões. Algumas características do adolescente de risco podem auxiliar os trabalhos preventivos e de triagem para minimizar esse problema. Os fatores de risco para o uso de drogas incluem aspectos culturais, interpessoais, psicológicos e biológicos. São eles: a disponibilidade das substâncias, as leis, as normas sociais, as privações econômicas extremas; o uso de drogas ou atitudes positivas frente às drogas pela família, conflitos familiares graves; comportamento problemático (agressivo, alienado, rebelde), baixo aproveitamento escolar, alienação, atitude favorável em relação ao uso, início precoce do uso; susceptibilidade herdada ao uso e vulnerabilidade ao efeito de drogas.

Pesquisas etnográficas e epidemiológicas utilizando uma metodologia rigorosa podem fundamentar projetos e prevenção em todos os níveis, fornecendo dados e elucidando muitas questões, pois o custo pessoal e social com a dependência nos países desenvolvidos tem sido muito maior que o gasto com a prevenção. No Brasil, mesmo sem tradição nessa área, é preciso priorizar políticas preventivas, gerando projetos mais ajustados à realidade brasileira, pois prevenir ainda é melhor que remediar!

Fontes:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600009

* Dryfoos JG. Adolescents at risk: prevalence and prevention. New York: Oxford University Press; 1990.

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Dicas para identificar o uso de drogas por seu filho https://freemind.com.br/blog/dicas-para-identificar-o-uso-de-drogas-por-seu-filho/ https://freemind.com.br/blog/dicas-para-identificar-o-uso-de-drogas-por-seu-filho/#respond Fri, 17 May 2019 12:08:56 +0000 http://freemind.com.br/blog/?p=742 * Por Osvaldo Christen Filho – Psicólogo Esta é uma das perguntas que os pais mais frequentemente fazem. O usuário de drogas, na grande maioria das vezes, procura esconder seu hábito por mais claras que sejam as evidências. Fará muitas promessas para parar e sempre negará que é um dependente químico. Pais que conhecem bem […]

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* Por Osvaldo Christen Filho – Psicólogo

Esta é uma das perguntas que os pais mais frequentemente fazem. O usuário de drogas, na grande maioria das vezes, procura esconder seu hábito por mais claras que sejam as evidências. Fará muitas promessas para parar e sempre negará que é um dependente químico. Pais que conhecem bem os seus filhos, logo observarão modificações no comportamento destes, por motivo de ultrapassarem um padrão esperado de qualquer outro adolescente. Para confirmar o uso de drogas seguem algumas dicas:

Seu filho:

> Passa a maior parte do tempo fora de casa?
> Vem apresentando seguidamente problemas na escola ou na rua?
> Briga com a maioria ou com todos na família?
> Troca o dia pela noite?
> Falta às aulas sem motivos justificáveis?
> Foge, mente e tem amizades problemáticas?
> Some com objetos de valor da família?
> Apresenta olhos vermelhos e irritados?
> Modificou exageradamente os hábitos alimentares?
> Sua roupa apresenta cheiros desconhecidos?
> Porta papéis, cachimbos, colírios, roupas ou pôsteres que promovam o uso de drogas?

Estes são alguns sinais que merecem atenção. O importante nessa hora é buscar diálogo franco, evitar qualquer tipo de agressão, cuidando para mostrar acolhimento e, por outro lado, total rejeição à droga. Ao mesmo tempo, buscar orientação com pessoas de confiança, ou com quem lida com a dependência química como grupos de mútua ajuda, profissionais da área da saúde e centros de tratamento de maior prazo. Buscando informações para si mesmos, os pais poderão melhor ajudar os seus filhos. Lembre-se: usar drogas é um sinal de que algo não está legal e buscar ajuda é o melhor jeito de se obter respostas às muitas perguntas que surgem.

Referências:
– GRYNBERG, H.; KALINA, E. Aos pais de adolescentes: Viver sem Drogas. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1998.
– LARANJEIRA R. (Coord.) et al. Usuários de Substâncias Psicoativas: Abordagem, Diagnóstico e Tratamento. 2.ed. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo/Associação Médica Brasileira, 2003.
– SÃO PAULO. Prefeitura. Guia Prático sobre Uso, Abuso e Dependência de Substâncias Psicotrópicas para Educadores e Profissionais da Saúde. São Paulo: [s.n.], 2006.
– SENAD. Maconha: O que os pais devem saber. 2.ed. Brasília: Série Diálogo, n.4, 2001.

 Fonte: http://www.cerene.org.br/artigos/7/como-posso-saber-se-meu-filho-usa-drogas

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